Presa nesta quarta-feira, 18, no âmbito da Operação Concreto Armado, a ex-secretária de Estado de Infraestrutura, Waldívia Ferreira Alencar, comandava um esquema de corrupção que foi detalhado pelo Ministério Público do Estado (MP-AM). A estimativa é que o prejuízo aos cofres públicos passe de R$ 25 milhões.
A investigação inclui o período entre 28 de agosto de 2009 e 2 de outubro de 2015. Neste tempo, Waldívia esteve como secretária nos governos de Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), hoje senadores, e José Melo (PROS), preso por duas vezes nos desdobramentos da Operação Maus Caminhos por desvios de recursos da saúde.
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Como secretária, Waldívia era quem comandava o orçamento da Seinfra. A Secretaria, então, celebrava contratos com construtoras, com preços superiores aos praticados no mercado – prática sobrepreço – de acordo com o MP.
Posteriormente, segundo a apresentação feita aos jornalistas nesta quarta-feira, a execução dos contratos era feita com superfaturamentos, ou seja, com despesas irregulares, que poderiam ser evitadas com a cuidadosa fiscalização da execução contratual.
A Seinfra, então, fazia os pagamentos às construtoras, que beneficiavam indevidamente a secretária, de acordo com o MP.
Após o recebimento das vantagens indevidas, a suspeita do Ministério Público é de que Waldívia lavava o dinheiro, adquirindo veículos de luxo, mansões em condomínios fechados, salas comerciais e empresas.
Movimentações financeiras atípicas
O MP apontou para movimentações financeiras atípicas nas contas de Waldívia e de familiares. As informações foram repassadas pela Receita Federal.
Em um dos casos citados pelo MP, a secretária fez saques em espécie no valor de R$ 1,4 milhão entre dezembro de 2013 e agosto de 2016.
Confira, abaixo, como funcionava o esquema, segundo o Ministério Público.
Prisão ocorreu no condomínio onde secretária mora
Waldívia foi presa na manhã desta quarta-feira, 18, no condomínio Ephigênio Salles, no bairro Aleixo. A operação Concreto Armado tem o objetivo de combater um esquema de desvio de verbas e fraudes em licitações que chegam a R$ 25 milhões. Foram 21 mandados de busca e apreensão e um de prisão.
De acordo com o Ministério Público, a operação tem como base denúncias de associação criminosa, peculato, fraudes em licitações e lavagem de capitais sob a forma de organização criminosa no âmbito da Seinfra no período em que Waldívia foi secretária da pasta.
“Apurou-se a existência de diversas investigações a tramitarem no Tribunal de Contas do Estado e nos diversos setores do próprio Ministério Público noticiando a não execução de obras ou serviços e superfaturamentos de contratos e licitações em valores superiores a R$ 25 milhões, no período em que Waldívia Alecar era a secretária”, disse o MP, por meio de nota.
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