Manaus, 1 de maio de 2024
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Cenário

Vereadora de oposição na CMM diz que sofreu violência política de gênero

Outras vereadoras saíram em defesa da parlamentar e, em nota, afirmam que a minoria da Casa se sentiu totalmente constrangida diante do fato desrespeitoso por parte dos colegas.

Vereadora de oposição na CMM diz que sofreu violência política de gênero

(Fotos: Reprodução/Redes sociais/Divulgação/CMM)

Manaus (AM) – Minutos após encerramento da sessão plenária na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta terça-feira (27), que levou a uma discussão acalorada entre os parlamentares, a vereadora Professora Jacqueline (UB) afirmou que sofreu violência política de gênero por parte de alguns colegas de bancada.

A vereadora usou as redes sociais para dizer que não irá se calar diante da tentativa de intimidação da base aliada do prefeito David Almeida (Avante) na Casa legislativa. Jacqueline diz, ainda, que os vereadores Raulzinho (PSDB) e Fransuá (PV) tentaram desestruturar o seu posicionamento que criticava as demissões de gestores na rede pública de ensino municipal.

“Eu quero dizer, aqui, que eu não vou me calar, que eu estou aqui porque eu consegui esse espaço de poder pelo meu esforço próprio, e que a minha fala vai ser a fala da educação, a fala dos professores, que eu vou defender o Fundeb […]. Eu não vou aceitar que nenhum vereador venha me intimidar. Eu não nasci para ser intimidada por homem!”, expressou a parlamentar.

Jacqueline prossegue sua defesa e afirma que, quando a base aliada do prefeito não concorda com a oposição ao mandatário, tenta intimidar os demais, mas que ela não vai aceitar as ameaças, principalmente, dos colegas “que não sabem nem o porquê de estarem no Parlamento municipal”.

“A partir de hoje, quem me intimidar, quem quiser desconstruir o meu discurso vai ter que ser melhor do que eu […]. Eu não nasci para ser intimidada, eu não nasci para perder, e nem nasci para ser intimidada por esses colegas que não sabem nem por que estão aqui”, desabafa.

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As vereadoras Glória Carratte (PL), Thaysa Lippy (PP) e Yomara Lins (PRTB) saíram em defesa da colega parlamentar. Em nota divulgada pelas redes sociais da CMM, elas afirmam que se sentiram totalmente constrangidas diante do fato desrespeitoso por parte de alguns vereadores.

“A CMM possui apenas quatro vereadoras, o que não representa nem 10% do total de vereadores da Casa e esta minoria se sentiu totalmente constrangida diante do fato desrespeitoso por parte de alguns vereadores da Casa, após o pronunciamento da vereadora Jacqueline”, diz um trecho da nota.

Ainda na nota, as vereadoras afirmam que, no Brasil, casos de violência política contra mulheres têm sido amplamente reportados e que em diversas casas legislativas, até mesmo no Executivo, a desigualdade de gênero no ambiente político se manifesta de maneiras diversas, desde a sub-representação até a exposição a ataques misóginos e ameaças de violência física.

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