Vereadores durante sessão na CMM (Foto: Divulgação/CMM)
Manaus (AM) – A Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou, nesta segunda-feira (24), uma moção de repúdio contra a empresa Amazonas Energia pela propaganda, veiculada em rede de TV, sobre a instalação do Sistema de Medição Centralizada (SMC), integrado pelos equipamentos conhecidos como medidores aéreos.
O autor da proposta, vereador Sassá (PT), pediu que o vídeo fosse exibido no telão do plenário e chamou atenção para o trecho em que uma apresentadora afirma: “Você que é honesto, vai pagar menos pela energia. Quem é contra o medidor, é a favor do crime.”
Sassá afirmou que a peça configura um ataque à Câmara Municipal de Manaus (CMM) e ao Poder Judiciário, que emitiu um parecer favorável à retirada dos aparelhos. No mês passado, o presidente da Casa, vereador Caio André (PSC), apresentou o Projeto de Lei 375/2022, já sancionado pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que proíbe a instalação dos equipamentos em residências.
Sassá pediu apoio aos colegas na assinatura conjunta da nota de repúdio, justificando que a Amazonas Energia “faz um serviço caro e divulga propaganda acusando todos de criminosos. Não temos poder de polícia, mas podemos solicitar a retirada da propaganda e mandar prender o dono da empresa por abuso”.
A moção de repúdio foi apoiada por unanimidade. “É o fim da picada a empresa imputar, de criminosos, pessoas contrárias à instalação daqueles fios!”, disse Caio André. “Se apoiar a população é ser bandido, então serei bandido a vida inteira!”, declarou o vereador Raulzinho (PSDB).
Na última sexta-feira, a campanha publicitária já havia sido denunciada ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM) pelo deputado Mário César Filho (UB), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor (CDC-Aleam).
Espionagem
O vereador Daniel Vasconcelos (PSC) declarou apoio à manifestação de repúdio e afirmou que a empresa ofendeu a população manauara.
“Milhares de cidadãos de Manaus são contra os medidores aéreos. Isso é uma injustiça contra o nosso povo. A empresa é paga para prestar um serviço de qualidade. Em muitas comunidades da zona rural, as contas chegam todo mês, ao contrário de um serviço de qualidade”, disse.
Sassá também disse que desconfia de uma possível “espionagem” da empresa, pois funcionários aparecem todas as semanas para fazer manutenção dos postes de distribuição de energia que atendem à residência do vereador.
“Os funcionários alegam que estão fazendo manutenção”, relatou, antes de criticar o reajuste nos valores do fornecimento de energia. “As contas de energia davam R$ 400, R$ 500. Hoje pago R$ 1.500”.
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