Manaus, 6 de maio de 2024
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Cenário

Vereadores repudiam pintura de ciclovia no calçadão da Ponta Negra

Os vereadores Capitão Carpê e Rodrigo Guedes afirmaram que a gestão de David Almeida tem uma "tara" por pintura. Carpê chegou a pedir que a Prefeitura desfaça a ciclovia, que classificou como "horrorosa".

Vereadores repudiam pintura de ciclovia no calçadão da Ponta Negra

Calçada da Ponta Negra (Fotos: Reprodução/Divulgação- Assessoria Rodrigo Guedes/Redes sociais)

Manaus (AM) – Na noite desse sábado (21), um vídeo publicado nas redes sociais viralizou na internet. Nele, as imagens mostram a calçada da Ponta Negra, na zona Oeste de Manaus, pintada de vermelho, representando uma ciclovia improvisada. Com isso, os vereadores Rodrigo Guedes (Podemos) e Capitão Carpê (Republicanos) reclamaram da pintura e, inclusive, a classificaram como “horrorosa”.

As imagens são do presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas (CAU-AM), Jean Faria, que demonstrou decepção e revolta ao se deparar com a cena. No vídeo, Faria afirma que a “obra” seria da Prefeitura de Manaus.

“É inconcebível você pensar que a pedra portuguesa da Ponta Negra, um trabalho que foi pensado por um arquiteto, dentro da própria Prefeitura de Manaus, no passado, um trabalho que foi feito aqui com o cuidado de paginação, uma pedra extremamente delicada e acontece isso”, disse.

Inconformado com a pintura, Faria disse, revoltado, que “as pessoas simplesmente esquecem o que é arquitetura e urbanismo na cidade” e afirma que “é inacreditável o presente que a Prefeitura dá a Manaus, no seu aniversário”.

“Eu tenho certeza que o senhor prefeito não deve pensar da forma que as pessoas que vêm querendo pisar este piso fazem; mas infelizmente isso vai cair na conta dele. A Ponta Negra tinha uma paginação, foi pensada como uma paginação como essas pedras portuguesas e é impressionante o que fizeram”, completou o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas.

No decorrer do vídeo, Jean faria afirma que, devido à ciclovia, que ainda não foi concluída, o passeio da população será interrompido. Além disso, ele afirma que, como presidente do CAU-AM, não pode fazer muita coisa além de se “envergonhar” pela ação. ” [..] É o cúmulo da burrice fazer isso numa pedra portuguesa em toda a extensão dessa parte final da Ponta Negra com o intuito de fazer uma ciclovia”.

 

Posicionamentos

Ao saber da pintura, o vereador Rodrigo Guedes (Podemos) tratou de compartilhar o vídeo do arquiteto em suas redes sociais.

Guedes disse que a gestão atual da Prefeitura de Manaus é “alucinada” e “obcecada por tinta”. O parlamentar escreveu em seu post que irá imediatamente representar o caso ao Ministério Público.

Semelhante ao posicionamento do colega de bancada, o vereador Capitão Carpê (Republicanos) também disse que o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), tem uma “tara” por pintura.

“Nessa tara incansável de querer pintar toda a cidade, dessa vez a gestão foi longe demais. Eles simplesmente pintaram essa faixa vermelha, que é a ciclovia em cima do calçadão da Ponta Negra.[…] E a Prefeitura, simplesmente, no aniversário de 354 anos, presenteia a nossa cidade com essa coisa ridícula, horrorosa e incabível”, afirma o parlamentar.

Em seguida, Carpê pede à Prefeitura que volte atrás e apague a ciclovia. O vereador finaliza dizendo: “Não é possível que falte tudo nesta gestão, menos o bom senso”.

Por sua vez, David Almeida publicou um vídeo, na manhã deste domingo, correndo na Ponta Negra e, por um breve momento, passa pela ciclovia. O prefeito se mostra tranquilo e diz: “Terça-feira é o aniversário de Manaus, valeu!”.

Procurada pelo Portal AM1, a Prefeitura de Manaus não se posicionou sobre o assunto.

 

Semelhante

Em janeiro deste ano, o monumento de Tenreiro Aranha, da Praça 5 de Setembro, mais conhecida como Praça da Saudade, foi pintada na cor dourada, durante uma revitalização da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) e recebeu muitas críticas da população e de representantes políticos.

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a intervenção realizada pela Prefeitura de Manaus não foi autorizada pela autarquia.

O superintendente substituto do Iphan, Mauro Augusto Menezes, afirmou, na época, que o instituto iria preparar um relatório e avaliar se a pintura causou impactos culturais na escultura.

 

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