Manaus (AM) – O analista ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Cabral, divulgou vídeo nas redes sociais em defesa da atuação do órgão no caso das penalidades impostas ao fazendeiro Agenor Tupinambá, que ficou famoso por publicar registros do convívio com a capivara Filó nas redes sociais.
Há duas semanas, o órgão determinou multa de R$ 17 mil a Agenor e a devolução do animal ao habitat natural após denúncias de supostos maus-tratos. Ela vivia na fazenda dos pais do influenciador, localizada no município de Autazes, a 111 quilômetros de Manaus. A medida causou comoção nos usuários das redes sociais e na população local, que defendeu Agenor, alegando que a capivara já se encontrava em ambiente natural.
Segundo Cabral, a intervenção do Ibama foi necessária porque houve também denúncias sobre animais que estavam sob os cuidados de Agenor e acabaram morrendo. “Trata-se de outra capivara e uma preguiça que teriam morrido, uma paca, dois papagaios, uma coruja e uma aranha. Ou seja, uma série de animais que foram explorados de forma ilegal para se conseguir likes na internet”, argumentou.
O agente esclareceu que a exploração dos animais silvestres e a manutenção deles em cativeiro é proibida no Brasil. “Além disso, trata-se de um influencer, e não de um ribeirinho”, acrescentou. “Ele é um fazendeiro, um peão de boiadeiro, um influencer com milhares de seguidores, inclusive com assessoria de marketing e jurídica”.
Referência
Agenor cursa Agronomia na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e, portanto, já teria conhecimentos referentes à legislação ambiental. “Vamos supor que ele tivesse encontrado a capivara em situação de perigo. Ele poderia tê-la entregue ao Ibama. As pessoas têm o Ibama como referência para cuidados dos animais”, disse Cabral.
Ele contestou a decisão da justiça federal, publicada na manhã de domingo (30), que determinou a devolução da capivara ao fazendeiro, após o animal ter sido recolhido às dependência do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) na superintendência do Ibama, localizada no bairro Distrito Industrial I, zonas Sul e Leste de Manaus.
“O melhor para ele é viver livre, junto com outros animais da sua espécie”, enfatizou. “Nós lutaremos para que o melhor destino dela seja cumprido”.
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