Manaus, 15 de maio de 2024
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Cenário

Alimentos ‘fast food’ na merenda escolar devem ser reduzidos no Amazonas

Assembleia Legislativa do Amazonas aprovou Projeto de Lei que restringe produtos sem comprovação nutricional

Alimentos ‘fast food’ na merenda escolar devem ser reduzidos no Amazonas

Valor nutricional do cardápio deve ser definido por nutricionistas (Foto: Divulgação)

Manaus (AM) – A oferta de salsichas, sucos artificiais e outros tipos de alimentos enlatados nas escolas públicas do Amazonas deve ter redução significativa após aprovação, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), do PL 126/2023.

A medida, de autoria do deputado Wilker Barreto (Cidadania), estabelece restrição de itens com pouco valor nutricional na merenda de crianças e adolescentes.

Ao solicitar uma correção na emenda do PL, o parlamentar ressaltou que a proposta não busca proibir esses alimentos, e sim definir critérios, a partir de avaliação de nutricionistas, para garantir a qualidade do cardápio escolar.

“Existe uma diferença muito grande entre alimentar e nutrir. A merenda escolar serve para o segundo caso. Você come salsicha e macarrão e se alimenta. O intuito dessa lei é restringir produtos que não têm comprovação nutricional”.

Segundo Wilker, há decisão do Ministério Público Federal (MPF) com o mesmo teor.

Deputados que subscreveram o projeto, no entanto, observaram que as dificuldades logísticas do estado obrigam as escolas a servirem alimentos com baixo índice de nutrientes.

“Em algumas situações excepcionais, como na região do Purus e, inclusive, em Manaus, é necessário chegar a algum produto [enlatado]. No entanto, isso virou uma regra e não exceção. Temos que fornecer merenda que dê condições para os alunos se alimentarem”, pontuou o deputado Sinésio Campos (PT).

“Sabemos que a realidade no Amazonas não nos permite levar o melhor alimento para a comunidade mais distante. Mas a restrição, atendendo a requisitos técnicos, é um grande avanço”, afirmou Joana Darc (União).

Produção regional 

Por outro lado, os deputados enfatizaram que a produção agrícola e a pesca no estado têm condições de sobra para beneficiar a merenda escolar.

“O nosso jaraqui, se for trabalhado na entressafra, pode ser adquirido pela Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] e outros órgãos. Nesse período também temos carne para abastecer. Boca do Acre tem o maior rebanho bovino [do estado]”, exemplificou Sinésio.

“Fico feliz ao ouvir moradores de Iranduba que fornecem alimento de agricultura familiar sem agrotóxicos. Teremos crianças com menos problemas gripais, porque a imunidade delas estará melhor. A saúde começa no prato bem elaborado e nutritivo”, disse João Luiz (Republicanos).

Segundo Wilker, a aprovação do PL veio em momento oportuno. “Amanhã é o Dia Mundial da Segurança Alimentar. Hoje, a Aleam faz história, e acredito que outras Casas Legislativas deverão seguir o exemplo”, finalizou.

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