Manaus, 12 de maio de 2024
×
Manaus, 12 de maio de 2024

Cenário

Amom e Sassá batem boca no plenário da CMM

Nessa segunda, Amom denunciou que supostos assessores de vereadores da CMM, entre eles, Sassá da Construção Civil, estariam espalhando fake news a seu respeito

Amom e Sassá batem boca no plenário da CMM

Foto: reprodução

Manaus/AM – Os vereadores Amom Mandel (sem partido) e Sassá da Construção Civil (PT) se desentenderam durante a sessão plenária desta terça-feira (22), gerando uma bate-boca acalorado na Casa Legislativa. Isso porque Sassá resolveu responder, hoje, acusações feitas ontem pelo vereador Amom sobre supostos assessores do parlamentar que espalharam fake news a seu respeito.

Segundo a denúncia de Amom, exposta na tribuna da CMM, funcionários de Sassá e dos vereadores Dione Carvalho e Joelson Silva (Patriota) fizeram publicações falsas envolvendo o uso da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), o chamado Cotão, que Amom já afirmou que nunca usou nem usará.

O vereador Joelson Silva chegou a se posicionar ontem mesmo e se defendeu dizendo que vai verificar a situação e tomar as devidas providencias. Sassá e Dione, por outro lado, não estavam na tribuna no momento em que Amom fazia a acusação. Por isso, os parlamentares se posicionaram hoje.

O vereador Sassá confirmou que o assessor é um de seus funcionários e que ele apenas fez uma postagem questionadora e não propagou informação falsa. Os questionamentos citam desembargadores do Tribunal de Justiça do Amazonas, uma vez que Amom é neto de Domingos Jorge Chalub. 

Leia mais: Amom acusa assessores de vereadores de espalhar Fake News sobre ele

“Existem as benfeitorias da Justiça no ano passado e o assessor perguntou, como os familiares de Vossa Excelência são do Judiciário, se era legal também ter uma ajuda acima dos R$ 100 mil. A pessoa não falou mal de você, apenas fez uma pergunta. Quer dizer, se a pessoa perguntar sobre meu salário é crime? Não, mas para você é crime”, rebateu Sassá.

“Expõe nosso nome na imprensa como se todos nós fôssemos bandidos. Ninguém é bandido. Queria fazer uma pergunta para Vossa Excelência, aqui, e quero que responda para o povo do Amazonas. Vossa Excelência possivelmente será candidato a deputado estadual ou federal. Vossa Excelência abrirá mão do cotão? Tem que falar para o público aqui!”, indagou. 

Entre outras coisas, Sassá também criticou o fato de Amom ter chamado de ‘puxadinho’ a construção do Anexo II na CMM, o que seria, segundo o vereador, uma fake news.  

Por sua vez, Amom defendeu seus familiares citados por Sassá. “Eu ressalto aqui que nenhum familiar meu recebeu salários milionários nem nenhum tipo de desvio. O que Vossa Excelência acaba de afirmar nesta tribuna pode configurar quebra de decoro. E não, não uso o cotão, nem pretendo utilizar. Nunca”, respondeu o vereador. 

Leia mais: Confusão sobre veto de PL na CMM aumenta e Amom critica ‘inércia’ de David Reis

“Primeiro ponto: meu nome é Amom, eu sou vereador da cidade de Manaus e o meu papel é fiscalizar o Município. Eu não tenho procuração para falar de nenhum outro órgão, exceto a minha Ouvidoria e meu gabinete. Repito: calúnia, difamação e injúria são crimes. Se outros magistrados receberam e o vereador Sassá está incomodado, tem que perguntar deles. Se o vereador Sassá acha que, por isso, temos que aumentar o cotão, é problema dele. Se outros vereadores acham que eu estou errado sobre não defender o uso do cotão, também é problema deles. Eu não vou usar e ponto final!”, criticou Amom.

Bastidores

Ao Portal Amazonas1, o vereador Sassá disse que não tem nada contra Mandel, mas acha que ele deveria ter conversa com os parlamentares, em vez de expor na tribuna da Casa.

“Não tenho nada contra o vereador Amom, tenho respeito à pessoa dele, só que existe diálogo, eu acho que se tinha alguma coisa errada com assessores, ele chamava [sic] o vereador Joelson, Dione, vereador Sassá, e mostrar: ‘esse assessor é seu?’ e a gente ia tomar providências. Ele postou algumas coisas nas redes sociais, que não são verdade. Nessa Casa está faltando diálogo, aprovar projeto e deixar algumas coisas de lado. Eu já fui muito atacado nas redes sociais, se eu for procurar isso, não vou trabalhar!”, disse Sassá.

Já Amom, que também conversou com a reportagem, lamentou que os demais parlamentares não aceitem que ele seja o único a não usar a verba do Cotão. Com isso, ele vem sendo atacado.

“É lamentável. Parece que as pessoas não engoliram ainda o fato de eu ter escolhido não utilizar o cotão. Eu tenho exatamente o mesmo salário que todo mundo aqui na Câmara e uso ele [sic] da forma como eu quiser. Eu não quero usar a verba pública, acho que, da forma como ela foi estabelecida, é totalmente imoral; uma verba para gasolina, aluguel de carros e outras coisas. Eu prefiro gastar do meu salário, o que é totalmente normal”, disse.

Para ele, o vereador Sassá não tem argumentos concretos e, então, parte para ataques pessoais.

“Posso dizer que nenhum parente meu recebeu supostos salários milionários, e isso aí configura crime de calúnia, injúria, difamação e pode dar em quebra de decoro, mas o vereador é da Comissão de Ética, né. É simplesmente lamentável que ao invés de focar em trabalhos, como ele mesmo já disse que são mais importantes, ele tenha focado em ataques pessoais, isso é o que se chama na filosofia de ‘ad hominem’, é um argumento falacioso, quando você não tem argumento, você ataca o seu adversário pessoalmente, foi o que aconteceu aqui”, afirmou Amom.

Dione

No seu momento de fala, o vereador Dione também chegou a se posicionar sobre o assunto, e esclareceu que a pessoa em questão não é seu assessor nem líder comunitário, mas apenas um ‘simpatizante’.

“Ele não é nem assessor, não é líder comunitário e nem ligado a mim, ele é simplesmente um simpatizante. Ele curte as minhas fotos, tira foto nos lugares, pede favor. E até agora eu não tenho ciência do que foi publicado, do que ele falou, do que ele comentou. Realmente, ele votou em mim e vai continuar votando enquanto eu desenvolver um bom trabalho. Quero esclarecer que eu não posso cercear a liberdade de expressão de qualquer pessoa. E eu não compactuo com nenhuma situação vinda de pessoas do meu gabinete, e se viesse eu ia demitir”, disse.