Brasília (DF) – O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, chegou à sede da Polícia Federal, na tarde desta segunda-feira (8), para prestar depoimento no inquérito que apura a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022.
Ele saiu escoltado do Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do DF, onde está preso desde janeiro, por suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos três Poderes foram depredadas.
O depoimento estava marcado para o dia 24 de abril, mas foi adiado a pedido da defesa de Torres, que alegou “piora” no estado de saúde dele. Segundo os advogados, o ex-ministro pretende responder aos questionamentos dos investigadores.
A defesa ainda tenta reverter a prisão preventiva do ex-ministro. Em recurso, alega que já não estão presentes as justificativas previstas em lei para manter a decisão.
Anomalias
No depoimento, Anderson Torres deve prestar esclarecimentos sobre a atuação da PRF nas eleições do ano passado, principalmente no segundo turno. Há suspeita de que a corporação tenha agido para dificultar o acesso de eleitores às urnas, principalmente no Nordeste.
Um relatório do Ministério da Justiça, que foi entregue à Controladoria Geral da União (CGU), mostra que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do segundo turno das eleições de 2022.
À época, o Ministério da Justiça – ao qual a PRF está subordinada – era comandado por Torres. Atual ministro da Justiça, Flávio Dino afirmou que os dados apresentados pela PRF apontam ao menos três “anomalias” na corporação durante as eleições de 2022: concentração de operações no Nordeste; mudanças no planejamento inicial; e uma determinação para que a PRF atuasse em conjunto com a Polícia Federal no segundo turno.
(*) Com informações do g1
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