Manaus, 18 de maio de 2024
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Manaus, 18 de maio de 2024

Cidades

Antes da fama, luxo e prisão, Lucas Picolé trabalhou como mototaxista

Preso pela Polícia Civil, influenciador ganhou fama com rifas ilegais na internet e ostentava veículos caríssimos como Porsche Macan e BMW.

Antes da fama, luxo e prisão, Lucas Picolé trabalhou como mototaxista

Manaus (AM) – O influenciador digital João Lucas da Silva Alves, de 24 anos, mais conhecido como “Lucas Picolé”, preso no mês passado durante a Operação Dracma, da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), ostentava uma vida de luxo.

Mas antes da fama, Lucas era pobre e chegou a trabalhar como mototaxista. Em um post da rede social, o influenciador destacou, no último dia 1º de maio, uma foto da época em que trabalhava com o transporte de passageiros por moto. A imagem acompanhou a legenda: “Feliz dia do trabalhador pra quem trabalha de verdade atrás dos seus sonhos e suas metas.”

A partir da realização de sorteios de rifas, que, segundo a polícia, eram rifas irregulares, o influenciador deixou de usar a moto honda CG 125 para ostentar a vida de influenciador em uma moto BMW R1200 – avaliada em mais de R$ 80 mil.

Esse é só um dos exemplos de bens de luxo que o influenciador ostentava por meio de fotos publicadas em seus perfis nas redes sociais.

Apesar de a Justiça decretar o bloqueio das redes sociais de Lucas, no dia 30 de junho deste ano, o AM1 teve acesso a um perfil do influencer no Facebook com mais de 70 mil seguidores.

E é neste perfil que constam algumas fotos da ostentação do influenciador com motos e carros de luxo. Veja algumas fotos:

(Fotos: Reprodução/Facebook/Lucas Picolé)

Além da moto avaliada em mais de R$ 80 mil, o influencer também posou junto a veículos de luxo, como um carro modelo Porsche Macan, com valor de venda superior a R$ 400 mil; um Corolla, de mais de R$ 120 mil, e motos avaliadas entre R$ 60 e R$ 100 mil.

E não foi só ao lado, ou melhor, em pé sobre o capô do potente Porshe Macan que Lucas Picolé saiu bem na foto. Ele também apareceu “garotão” sentado sobre um modelo BMW Serie 4 428i 2.0 Cabrio Sport, avaliado em mais de R$ 220 mil.

Lucas Picolé

(Fotos: Reprodução/Facebook/Lucas Picolé)

A polícia apurou que parte dos prêmios das rifas e sorteios promovidos por Lucas Picolé já haviam sido comprados em nome dos ganhadores antes mesmo de eles ocorrerem, levando a crer que, em alguns casos, o próprio ganhador tem participação no esquema criminoso.

Estima-se que mais de R$ 5 milhões tenham sido movimentados, em dois anos, pela organização criminosa; e as buscas para saber para onde o valor foi escoado continuam sob investigação.

Investigações

Segundo a PC-AM, as investigações apontaram que Lucas Picolé e outros dois influenciadores presos: Isabelly Aurora Simplício Souza, de 21 anos, e Paulo Victor Monteiro Bastos, de 25 anos; atuavam promovendo a divulgação de sorteios clandestinos em um sistema de premiação sem registro, por meio das redes sociais, e escoando posteriormente os valores, a fim de dissimular e ocultar, dificultando a atuação de autoridades de fiscalização e controle por parte do Ministério da Economia.

“O grupo escoava os valores obtidos na compra de veículos de luxo. ‘Lucas Picolé’ e Flávia Ketlen mantinham esses valores levantados e montaram uma empresa de fachada. Durante as buscas na loja do Lucas, foram apreendidos mais de uma tonelada de produtos falsificados, notas e cupons que atestam que a recebedora dos valores da prática da pirataria era Flávia Ketlen– razão pelo qual ambos foram flagranteados pela receptação qualificada”, explicou o delegado Cícero Túlio – responsável pela investigação.

Rifas fraudulentas

“Eles anunciam rifas de veículos avaliados em mais de R$ 200 mil, cuja disputa se dá pela aquisição de bilhetes eletrônicos vendidos por centavos. Os valores arrecadados nos golpes são escoados na compra de veículos de luxo, aluguéis e aquisição de imóveis de alto padrão, além de serem reinvestidos em uma loja de marcas de grife que comercializa produtos falsificados”, relatou o delegado.

Segundo a autoridade policial, foi possível identificar a ligação dos investigados com influenciadores de outros estados do país, que utilizam a mesma plataforma de sorteios, lavando a crer que existe uma grande rede de criminosos que operam esse esquema em todo o Brasil.

As investigações, conforme a Polícia Civil do Amazonas, também indicam que Lucas Picolé tem vínculo com outro influenciador digital conhecido nacionalmente, que já foi alvo de operações tanto da Polícia Federal (PF) como da Polícia Civil de São Paulo (PC-SP).

Entre os crimes, estão: estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa, fraude no comércio, receptação qualificada, promoção de jogos de azar, publicidade enganosa e crimes contra as relações de consumo.

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