Manaus, 25 de abril de 2024
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Cenário

Após matéria do AM1, Arthur processa Hissa por calúnia no ‘Caso Flávio’

Hissa Abrahão afirmou ao Portal AM1 que Arthur Neto usou a estrutura da prefeitura para livrar Alejandro Valeiko da prisão

Após matéria do AM1, Arthur processa Hissa por calúnia no ‘Caso Flávio’

Foto: Reprodução

Manaus/AM – Após o ex-vice-prefeito de Manaus, Hissa Abrahão (PDT), ter acusado o ex-prefeito Arthur Neto (PSDB) de possível uso da Prefeitura de Manaus para defender seu enteado, Alejandro Valeiko, no caso do assassinato de Flávio Rodrigues, em 2019, o ex-gestor entrou com ação na Justiça Estadual contra Hissa Abrahão.

As declarações do ex-vice-prefeito foram dadas em entrevista ao Portal AM1, na última quinta-feira (22). Segundo ele, Arthur usou a estrutura da administração municipal, como o motorista, gasolina e o setor de comunicação para livrar Alejandro Valeiko, filho da ex-primeira-dama Elizabeth Valeiko, da prisão.

“Ele usou a estrutura da Prefeitura de Manaus, como motoristas, gasolina e o setor de Comunicação para que seu enteado não fosse preso, ele tem o sangue da vítima em suas mãos, ele é tão assassino quanto o enteado, corre nas mãos do ex-prefeito esse assassinato”, disse Hissa ao Portal AM1.

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Vale lembrar que, nesta terça-feira (27), começa a audiência de instrução do que ficou conhecido como “Caso Flávio”. Pela ordem, o juiz Celso Souza de Paula vai ouvir as testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM); as testemunhas de defesa e, por último, fará o interrogatório dos réus.

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Ação de Arthur

Na ação ajuizada na sexta-feira (23), Arthur Neto afirma que as acusações do ex-vice-prefeito são “gravíssimas” e podem configurar “crime de calúnia, injuria e difamação”.

O ex-gestor de Manaus pede que Hissa Abrahão confirme o que alegou ao Portal AM1, além de apresentar as devidas provas de que o tucano utilizou a máquina pública e a estrutura da prefeitura para proteger Alejandro Valeiko. Arthur também pede que Hissa apresente provas de que seu enteado tenha sido condenado por homicídio.

Acusações

A polêmica toda começou com uma publicação do ex-prefeito Arthur, em suas redes sociais, na semana passada, em que ele comenta uma decisão do MP-AM que apura a gratificação de servidores públicos da Casa Civil da Prefeitura de Manaus, em 2013, ainda na sua primeira gestão municipal.

A decisão proferida pela promotora Cley Barbosa Martins prevê que Arthur Neto responda por Improbidade Administrativa e devolva o valor de R$ 580.981.

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Na publicação nas redes sociais, embora não chegue a mencionar o nome do ex-vice-prefeito em 2013, Hissa Abrahão, o tucano aponta que era ele quem assinava os documentos. Arthur, inclusive, aponta Hissa como uma das pessoas responsáveis pelas assinaturas do benefício, além do ex-vereador tucano, Sildomar Abtibol.

Em resposta sobre essas declarações, Hissa afirmou ao Portal AM1 que Arthur Neto precisa assumir suas responsabilidades. Ele confirmou que assinava documentos no lugar do ex-prefeito e disse que foi “generoso” demais por isso. Abrahão chegou a citar um caso em que Arthur lhe pediu para assinar o documento de exoneração de uma secretária municipal.

Ex-aliados

Arthur e Hissa são ex-aliados. A última parceria entre eles ocorreu nas eleições de 2021, quando derrotaram a ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) para a Prefeitura de Manaus. No ano seguinte, os políticos se tornaram rivais. Hissa chegou, inclusive, a ser exonerado do comando da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf).

Ataques

Há alguns dias, o ex-prefeito Arthur Neto tem feito diversos ataques aos seus ex-aliados, entre eles, Hissa Abrahão e o senador Omar Aziz (PSD), que atualmente comanda as investigações da CPI da Covid-19.

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Na semana passada, Arthur detonou a Cidade Universitária, projeto proposto por Omar Aziz em 2014, quando era governador do Amazonas, e que, mesmo com investimento de R$ 92,1 milhões, nunca foi concretizado. Além disso, o ex-prefeito também chegou a chamar o senador Omar de ‘homem sem nenhum escrúpulo’.

Omar Aziz chegou a rebater as críticas afirmando que o ex-prefeito quer uma “carta de seguro” com os ataques e disse, ainda, que Arthur não pensava assim quando o apoiou em 2014 e 2018.

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