MANAUS – O ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto (sem partido), cobrou investigações sobre um suposto desvio de R$ 33 milhões da ONG Urihi Associação Yanomami. A denúncia, no entanto, não foi comprovada e mostrou ser apenas mais uma fake news gerada para difundir desinformação.
Em uma série de publicações no Twitter, Arthur questionou o suposto crime: “Tenho insistido em saber se a ONG q denunciou a desnutrição dos Yanomamis, dita como ligada a Lula, cometeu, ou não, o desvio de R$33 milhões que teriam de ser usados em benefício dos indígenas?”, escreveu.
Além disso, em outra postagem, ele diz: “A acusação, bastante divulgada, é grave. Se a ONG em tela não desviou os R$33 milhões, é dever das pessoas justas denunciar a injustiça”.
Todavia, mesmo após a coordenação da ONG esclarecer os fatos, o ex-prefeito de Manaus não fez novas publicações. Atualmente, Arthur Neto está sem partido. Ele não conseguiu se eleger para o Senado nas últimas eleições e, após conflitos internos no PSDB, saiu da legenda.
A denúncia
A notícia do suposto desvio de dinheiro, divulgada pelo site Poder DF, acusa a organização Yanomami Urihi, presidida por Júnior Hekurari Yanomami, de ter extraviado, em 2016, R$ 33 milhões. A ONG em questão é inscrita no CNPJ 24.292.140/0001-49.
Contudo, o processo citado na publicação é referente a outra associação, que atualmente está inapta na Receita Federal, a ONG Urihi – Saúde Yanomami, inscrita no CNPJ 03.272.540/0001-12. Uma breve busca no site da Receita mostra que a ONG possui sócios e CNPJ diferentes da organização presidida por Júnior Hekurari Yanomami.
Em nota divulgada nas redes sociais, Júnior desmentiu a informação falsa. Conforme o comunicado, os dirigentes da ONG fundaram a associação em 2016, com a denominação Hwenama Associação Yanomami. Já em 2022, os diretores solicitaram a troca do nome, que passou a se chamar “Urihi”, que significa “floresta”.
Por fim, ele explicou: “A ONG, denominada URIHI, qual os apoiadores do ex-presidente estão ligando a nossa associação, foi fundada na década de 90 e passou a prestar serviços para o povo Yanomami nos anos 2000, através da FUNASA, ou seja, não tem qualquer ligação com a nossa associação”.
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