MANAUS, AM – Na última terça-feira (27) começaram os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar omissões do poder público durante a pandemia. Nos poucos dias de funcionamento, a CPI da Covid, como foi intitulada, já recebeu mais de 260 requerimentos, diversas críticas e também foi palco de bate-boca entre os senadores. Se os depoimentos só começam na terça, o fim de semana é de articulações, entrevistas com recados indiretos e muita expcativa sobre o início dos interrogatórios.
Nos bastidores, enquanto a bancada governista tenta travar o rito normal da Comissão, com envolvimento direto do presidente Jair Bolsonaro indo ao ex-presidente José Sarney para “acalmar” Renan Calcheirosa, a ala opositora se alinha à independente, liderados por Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e o próprio Renan. Entre o “não tenho nada a temer e não estou preocuado” da presidência, aos movimentos nos bastidores, vai uma distância de Manaus à Brasília.
Nos requerimentos entregues pelos senadores à comissão, há pedidos para a convocação de muitas autoridades. Na terça-feira serão ouvidos os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Na quarta-feira será a vez de Eduadro Pazuello e na será a vez do atual ministro Marcelo Queiroga e do diretor-geral da Anvisa, Antonio Barra Torres. Na outra semana, está prevista a oitiva do ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e de representantes da Pfizer.
Leia mais: Bolsonaro vai ao encontro de Sarney pedir ajuda para acalmar Renan Calheiros
Entre as solicitações de depoimento estão os nomes do prefeito de Manaus, David Almeida, e do governador do Amazonas, Wilson Lima. Sendo assim, a comissão deve votar nesta semana a convocação desses gestores. “Não vamos investigar pessoas, mas fatos. A CPI da Covid não pode termiar em pizza. Estamos falando de 400 mil mortes.”, garantiu o senador Omar Aziz, presidente da CPI.
Saiba mais: Almeida e Lima são incluídos na lista de possíveis testemunhas da CPI da Covid
Além deles, também devem entrar na votação a convocação de cinco ministros de Estado, três governadores, três prefeitos, 13 secretários estaduais e municipais de saúde e um integrante do Supremo Tribunal Federal (STF). “Quem não está ao lado do vírus não tem o que temer”, ironizou o relator, senador Renan Calheiros. “O brasileiro espera respostas da CPI.”, acompanhou o senador Eduardo Braga.
Foto: Divulgação
Leia também: CPI da Covid abre os trabalhos com bate-boca e enxurrada de requerimentos
A CPI da Pandemia pode votar ainda a convocação dos secretários estaduais de Saúde de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte. Além deles, podem ser convocadas a depor as gestoras municipais de Saúde de Manaus e de Porto Seguro (BA). Há ainda requerimentos para a convocação de ex-secretários do Amazonas, do Distrito Federal e de Fortaleza. Em Brasília e nos estados de origem de cada um dos 11 membros o caldeirão já estão no fogo.
*Com informações da Agência Senado e de O Globo
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.