Manaus, 26 de abril de 2024
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Cenário

Avenida de Manaus pode receber o nome de Zezinho Corrêa em homenagem ao cantor

Cantor, que faleceu devido à covid-19 em fevereiro de 2021, dará seu nome à avenida do Samba, na Zona Oeste da capital

Avenida de Manaus pode receber o nome de Zezinho Corrêa em homenagem ao cantor

Cantor faleceu em fevereiro de 2021, aos 51 anos. Foto: Divulgação

Manaus – Mesmo após sua morte, Zezinho Corrêa continua influenciando a vida manauara. Agora, é possível que ele vire nome de uma avenida na cidade de Manaus. Um projeto de lei apresentado na última terça-feira (23), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), quer dar o nome do cantor à avenida do Samba, localizada no bairro Alvorada, na Zona Oeste da capital.

O autor da propositura é o vereador Luís Mitoso (PTB). Se o projeto de lei for aprovado, a avenida passará a se chamar Avenida Cultural Zezinho Corrêa.

Na justificativa do projeto, o vereador diz que a homenagem tem por objetivo eternizar o nome de Zezinho ao lado de grandes expressões da cultura amazonense, como o Sambódromo e a Arena da Amazônia Vivaldo Lima.

Leia mais: ‘Ele representava a música’, diz diretor de cultura em lançamento do prêmio ‘Zezinho Corrêa’

“A alteração do nome da avenida não desmerece a cultura carnavalesca, mas a inclui em uma denominação mais ampla, que é ‘Avenida Cultural’. Ao mesmo tempo, vincula a via ao nome de uma das grandes expressões culturais do Amazonas, que é Zezinho Corrêa”, explica o parlamentar.

Esta não é a primeira iniciativa a atribuir o nome do cantor. Em 15 de fevereiro, o vereador Antônio Peixoto (PTC) propôs que o Anfiteatro da Ponta Negra passasse a se chamar Anfiteatro Zezinho Corrêa.

O projeto foi deliberado pela primeira vez em 8 de março de 2021, e está em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Câmara.

Além das iniciativas parlamentares, o cantor também foi homenageado com o Prêmio Manaus Zezinho Corrêa, da Prefeitura de Manaus. O prêmio tem o objetivo de auxiliar artistas afetados com a pandemia do novo coronavírus, em nove categorias, com valores até R$ 10 mil.

Vida e obra

Zezinho Corrêa é considerado um dos maiores cantores e representantes da cultura amazonense. Corrêa nasceu na comunidade de Imperatriz, em Carauari (AM). Na capital amazonense, iniciou sua carreira como ator, depois de fazer um curso de formação teatral no Rio de Janeiro. A partir da década de 1980, passou a integrar a banda Carrapicho, que fez sucesso nos anos 1990 com o hit Tic, Tic, Tac.

O cantor faleceu em 6 de fevereiro de 2021, aos 51 anos, após uma longa luta contra a covid-19. Ele foi internado no dia 5 de janeiro, depois de sentir febre e dores no corpo. O quadro da doença, entretanto, se agravou, e ele precisou ser transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e depois intubado. Zezinho não resistiu ao tratamento e acabou falecendo, deixando um grande vazio na cultura do Amazonas.

O jornalista e produtor cultural Fabrício Nunes, biógrafo de Corrêa, afirma que toda homenagem para Zezinho é válida. Para ele, Corrêa já deveria ter sido declarado patrimônio imaterial da cultura do Amazonas.

“Zezinho foi o maior embaixador cultural do Amazonas e da Amazônia nos últimos tempos. Penso que toda homenagem é válida, e essa, em especial, mostra que o parlamento municipal está preocupado em manter viva a sua história, sua memória e seu legado”, completa.

O carnavalesco e jornalista Saulo Borges, ex-presidente da Mocidade Independente da Aparecida, faz coro a Fabrício Nunes. Ele relembrou a trajetória de Zezinho na agremiação, participando dos eventos de lançamento de enredo e até cantando com a banda Carrapicho na sede da escola.

“O Zé foi uma grande figura da nossa gente, participou da escola e foi uma grande pessoa pra gente. Nós, da Aparecida, temos um carinho imenso pela sua pessoa e uma história linda junto com ele. A homenagem é mais do que merecida”, salienta.