Manaus, 27 de maio de 2024
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Manaus, 27 de maio de 2024

Política

Bolsonaro dispara contra Anvisa e diz que agência ‘virou outro Poder’

Presidente disse que a agência quer ser a "dona da verdade"; Anvisa autorizou e recomendou vacinação contra a covid-19 em crianças de 5 a 11

Bolsonaro dispara contra Anvisa e diz que agência ‘virou outro Poder’

Foto: Alan Santos/PR

BRASÍLIA, DF – Em transmissão ao vivo na última quinta-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro (PL) mirou sua artilharia contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pelas redes sociais, Bolsonaro chamou a agência de “dona da verdade”, e disse que ela virou “outro Poder”, comparando a autarquia ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Anvisa agora virou… Não vou comparar com um Poder aqui no Brasil, mas virou outro Poder. É a dona da verdade em tudo”, afirmou o presidente, na live semanal.

“Já se fala agora na dose de reforço para crianças de 5 a 11 anos. A própria Anvisa, para tirar o dela da reta, orienta pais cujos filhos apresentem dores no peito, falta de ar ou palpitações após a aplicação da vacina a procurarem o médico”, disse Bolsonaro.

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O chefe do Executivo federal ainda reiterou sua posição contra a imunização contra a covid-19, autorizada pela Agência em dezembro de 2021. Ele disse. ainda, que a vacina não é obrigatória, e afirmou que a filha de 11 anos, Laura, não será vacinada. “Se você quer seguir o meu exemplo, tudo bem. Se não quer, é direito seu. Você pode vacinar seu filho tão logo essas vacinas da Pfizer sejam disponibilizadas”, salientou.

Na última quarta-feira (5), o Ministério da Saúde autorizou a vacinação de crianças na faixa etária de 5 a 11 anos de idade, sem a exigência da prescrição médica. A vacina a ser aplicada será a da Pfizer, em dose pediátrica. A distribuição das vacinas começa a partir do dia 13 de janeiro, para vacinar mais de 20 milhões de crianças em todo o país.

Dados

No Brasil, desde o início da pandemia, 558 crianças entre 5 e 11 anos morreram vítimas da covid-19. Só no Amazonas, conforme dados da Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), a faixa de óbitos ficou em sete mortes, em crianças de 5 a 9 anos de idade, e 10 mortes, entre crianças de 10 a 14 anos de idade.

A postura do presidente se difere da pregada em 2020, quando as vacinas ainda não haviam sido autorizadas em território brasileiro. Na época, Bolsonaro pedia respeito às decisões da Anvisa, quando pressionado pelo início da vacinação no país, mesmo sem a autorização de uso dos imunizantes por parte da agência.

“Já assinei MP (Medida Provisória) de R$ 20 bilhões (para comprar os imunizantes) e entre eu e a vacina tem uma tal de Anvisa que eu respeito e alguns não querem respeitar, é só isso. Ninguém me pressiona para nada, não dou bola para isso (vacinação já ter sido iniciada em outros países). É razão, razoabilidade, é responsabilidade com o povo. Você não pode aplicar qualquer coisa no povo”, afirmou o presidente, em 26 de novembro de 2020.

(*) Com informações do UOL.

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