Presidente visita o Amazonas pela segunda vez em 2021. Foto: Márcio Silva/ Portal AM1
MANAUS, AM – Nesta quinta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visita o Estado do Amazonas pela segunda vez em 2021. Agora, o presidente vai a São Gabriel da Cachoeira, na região conhecida como Cabeça do Cachorro, no noroeste do Amazonas.
A visita está marcada para 13h30, para que o presidente inaugure a ponte Rodrigo Cibele, na rodovia federal BR-307. A estrada liga o município ao distrito de Cucuí, na fronteira do Amazonas com a Venezuela.
Além da inauguração da ponte, também está prevista uma visita do presidente à comunidade de Maturacá, que fica na Terra Indígena Yanomami na região.
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Crítica
Antes mesmo de acontecer, a visita de Bolsonaro à terra Yanomami foi duramente criticada pelos líderes da etnia. No dia 6 de maio, a Hutukara Associação Yanomami divulgou uma carta na qual repudiam a visita do presidente à comunidade.
“Jair Bolsonaro não pode conversar com apenas uma liderança Yanomami e Ye’kwana como se isso representasse todo o povo. […] Essa é a mensagem das lideranças tradicionais Yanomami e Ye’kwana: não queremos conversar com o presidente Jair Bolsonaro na TIY”, dizem trechos da carta.
Terra indígena Yanomami abrange região dos estados do Amazonas e de Roraima. Foto: Leonardo Prado / Fotos Públicas
As lideranças dos Yanomami divulgaram outra carta no dia 15 de maio, reiterando que não querem falar com o presidente. Segundo eles, a visita servirá apenas para que Bolsonaro visite o garimpo, que é localizado dentro da terra indígena.
Ainda na carta, as lideranças exigem maior atenção aos indígenas, bem como recursos para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) e políticas públicas voltadas à população indígena. O texto é assinado pelos presidentes da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (AYRCA) e da Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma.
Histórico
As terras indígenas Yanomami têm sido alvo constante da ação de garimpeiros. No início de maio, garimpeiros atacaram índios da etnia Yanomami, na comunidade de Palimiú, na terra Yanomami em Roraima, às margens do rio Uraricoera. A Polícia Federal esteve no local e presenciou o ataque.
Além disso, a visita do presidente a São Gabriel tem por objetivo visitar pelotões de fronteira e “conversar com os índios”. Em uma de suas lives no mês de abril, Bolsonaro defendeu a mineração em terras indígenas, dizendo que essa parte do território “tem grande potencial”. O presidente ainda disse que queria visitar os Pelotões Especiais de Fronteira do Exército “para dar uma olhada na região”.
Em sua visita mais recente, Bolsonaro recebeu o título de Cidadão do Amazonas.
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