Manaus, 17 de maio de 2024
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Cenário

Bosco Saraiva é campeão no uso do ‘cotão’ dentre os deputados federais do Amazonas

Durante a pandemia, Bosco não fez nenhuma propostas ou ação para minimizar os impactos do sofrimento da população do Amazonas

Bosco Saraiva é campeão no uso do ‘cotão’ dentre os deputados federais do Amazonas

Fotos: Divulgação

O deputado federal Bosco Saraiva (Solidariedade) é o campeão de gastos com a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentares (CEAP), o conhecido ‘Cotão’, nos primeiros quatro meses de 2022, dentre os oito deputados federais do Amazonas. Atualmente, segundo o site da Câmara Federal, o valor da cota é R$ 43.570,12 mensal, por deputado.

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De acordo com dados do site, Bosco já gastou R$ 188.988,27. Sendo, R$ 36.572,34 em janeiro; R$ 70.842,66 em fevereiro; R$ 44.163,27 em março e R$ 37.410,00 no mês de abril.

Por sua vez, o parlamentar da bancada federal, que menos utilizou o recurso, nos primeiros quatro meses do ano, foi o deputado Capitão Alberto (PL), com um total de R$ 99.147,25.

O segundo deputado que mais gastou o cotão, foi Átila Lins (PSD) com gastos de R$ 188.732,83, seguido de Silas Câmara (Republicanos), que usou R$ 177.831,96; José Ricardo (PT), com R$ 163.886,68; Delegado Pablo (União Brasil), com R$ 137.036,03; Sidney Leite (PSD), com gastos de R$ 131.403,85 e Marcelo Ramos (PSD) que gastou R$ 117.611,26.

O segundo deputado que mais gastou o cotão, R$ 188.732,83, foi o deputado Átila Lins
Em seguida vem Silas Câmara que usou R$ 177.831,96 do ‘cotão’

Detalhes

Os gastos permitidos com a CEAP são: manutenção de escritório de apoio à atividade parlamentar, telefonia, serviços postais, locação ou fretamento de veículos automotores, locação ou fretamento de embarcações, combustíveis e lubrificantes, divulgação da atividade parlamentar e passagem aérea.

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Dentre essas despesas, a maioria dos parlamentares gasta mais com a ‘divulgação de atividade parlamentar’. É o caso de Bosco Saraiva que utilizou R$ 11.680,00 para este fim.

O segundo maior gasto do parlamentar amazonense foi com ‘manutenção de escritório de apoio à atividade parlamentar’ o montante de R$ 7.946, 58. Em seguida, Bosco gastou mais com passagens aéreas totalizando R$ 6.785, 60 e depois com locação de embarcações no valor de R$ 5 mil.

Atuação tímida

Cumprindo em 2022, o último ano do seu mandato, que iniciou em 2018, quando saiu da Câmara Municipal de Manaus (CMM), como presidente da Casa, o deputado federal tem tido pouca atuação e expressão no Congresso Nacional.

Na época da pandemia, Bosco não se destacou como um dos deputados que agiram para minimizar os impactos do sofrimento da população do Estado, por meio de propostas e ações concretas.

No entanto, o deputado figurou como um dos nomes envolvidos na polêmica lista chamada de ‘Bolsolão’, que nada mais era do que um orçamento paralelo criado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), em maio do ano passado, na época da eleição da Câmara Federal e Senado Federal, que tinha o intuito de garantir apoio de parlamentares aos nomes escolhidos por Bolsonaro.

De acordo com as investigações, o ‘orçamento secreto’, foi no valor de R$ 3 bilhões, disfarçado de emendas, que foram destinadas a um grupo de parlamentares pré-escolhido, que decidiam onde os recursos recebidos seriam aplicados. Na época, o Tribunal de Contas da União (TCU) afirmou que iria investigar o esquema.

Entre os nomes denunciados que receberam a verba extra, está o de Bosco Saraiva. Segundo informações veiculadas na época, todos os que apareceram na lista, admitiram ter realizado indicações a ministérios, menos Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado.

A atuação do deputado do Amazonas, tem se tornado tímida com o passar do mandato no Congresso. Em 2019, primeiro ano de mandato, ele apresentou 280 matérias legislativas, no ano seguinte despencou nessa apresentação, com apenas seis matérias. Em 2021, ele apresentou um total de 37 propostas e neste ano, até início de maio, havia apresentado apenas uma proposta.

Em consulta ao site da Câmara dos Deputados, é possível verificar que o deputado, também, ainda não fez nenhum discurso no plenário em 2022. Bosco aparece com 37 presenças e cinco faltas não justificadas.

Foto: Diego Janatã

Um dado que chama atenção é o gasto de janeiro a abril com a ‘Verba de Gabinete’. O valor total para uso é de R$ 446.702,36 e o parlamentar já utilizou R$ 444.227,91 (99,45%), restando um saldo disponível de apenas R$ 2.474,45 (0,55%).

Atualmente, o gabinete de Bosco registra o total de 24 servidores. O salário de um deputado federal atualmente é de R$ 33.763,00.

Todas as informações contidas na matéria foram retiradas do site oficial da Câmara dos Deputados, nessa sexta-feira (13), pela reportagem do Portal AM1.

Recursos para Goiás

Ainda em maio do ano passado, o nome de Bosco apareceu envolvido em mais uma polêmica. Desta vez, foi veiculado na imprensa nacional que o deputado havia destinado recursos de R$ 2 milhões, por meio de uma indicação para o município de Padre Bernardo, em Goiás.

O deputado afirmou na ocasião, que o recurso não era uma emenda, mas apenas uma indicação, atendendo um pedido de um colega de bancada, o deputado Ottaci Nascimento, e que o pedido estava sendo analisado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Saraiva justificou, ainda, que o recurso destinado a outro estado foi em troca de apoio à Zona Franca de Manaus (ZFM) e que não havia ilegalidades.