(Josemar Antunes / Amazonas1)
“O meu neto era uma pessoa honesta e só fazia o bem. Foi uma covardia o que fizeram. Cadê o governador que votei para dar mais segurança ao povo?”. Esse foi o desabafo de Domingas Rodrigues, de 66 anos, avó de Luiz Carlos Roque de Souza, de 19 anos, assassinado com um tiro na cabeça enquanto dormia. Segundo ela, o neto não tinha envolvimento com o crime.
Dona Domingas é uma das familiares que expressaram sua dor e revolta durante o velório das cinco vítimas da mesma família, mortas em uma chacina na noite de sábado, 16, no bairro Nova Cidade, na zona Norte de Manaus. Os caixões foram colocados lado a lado durante cerimônia fúnebre. A comoção tomou conta de todos os presentes.
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O velório teve início no início da tarde de domingo, 17, na Associação de Moradores do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), no bairro Centro, na Zona Sul da capital.
Ao Amazonas1, Domingas Rodrigues, continuou a relatar que Luiz Carlos Roque de Souza, de 19 anos, era um jovem do bem e não tinha maldade no coração. Ela afirmou que o neto sonhava salvar jovens pregando as palavras de Deus.
“Infelizmente, o local da chacina era onde sua mãe e outros irmãos viviam, além da sua avó materna que tanto amava. Ele não tinha maldade e não tinha envolvimento com crimes, mas também não discriminava porque tinha Deus no coração. Luiz Carlos sonhava em salvar jovens com suas palavras do Senhor”, revela avó paterna chorando.
Quem também estava emocionado era o instrutor Vasconcelos, de 19 anos, do Clube dos Desbravadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que trabalha especificamente com a educação cultural, social e religiosa de crianças e adolescentes de faixa etária entre 10 e 15 anos.
“O Luiz Carlos fazia parte do Clube dos Desbravadores, que tem o propósito de levar o evangelho a todos da nossa geração que verá Jesus voltar. Ele sempre participava das reuniões e fazia o que Jesus pregou. E mais do que nunca, o Luiz Carlos honrou o lenço amarelo que significa “Pai, Filho e Espírito Santo”. Estamos muito chocados com sua morte, mas sabemos que ele está nos braços do Senhor.”, disse emocionado Vasconcelos.
(Josemar Antunes / Amazonas1)
Além de Luiz Carlos, outras quatro pessoas da mesma família morreram. São elas: Márcia Gonçalves de Jesus, de 44 anos; Edmundo de Jesus Roque, de 23 anos, que foi alvejado com cinco tiros; Poliana de Jesus Roque, de 17 anos, irmã de Edmundo, e Maria Isadora de Jesus Roque, de 14 anos, irmã de Luiz Carlos.
A sexta vítima da chacina, Rosilana de Jesus Roque, de 34 anos, mãe de Luiz Carlos e Maria Isadora, que está grávida de oito meses, segue internada em estado grave no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Dr. João Lúcio, na zona Leste.
O bebê da sobrevivente nasceu de parto cesáreo e não corre risco de morrer. Os familiares informaram que Rosilana está em coma. Eles também pedem policiamento na unidade hospitalar por conta de ameaças de morte.
Suspeitos
A chacina está sendo investigada pela equipe da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Desde sábado, 17, as equipes buscam pistas para localizar os criminosos.
Conforme informações de uma fonte policial ao Amazonas1, a polícia já identificou “Dirceu”, “Capitão” e “Leandro”, como mandantes da chacina. Os irmãos já possuem mandados de prisão em aberto por tráfico de drogas.
O atentado seria por conta da venda de drogas. Dirceu, traficante temido na região e apontado como membro da facção criminosa Comando Vermelho (CV), ficou incomodado com os irmãos Edmundo e Adrio, que estariam comprando entorpecentes de outro traficante rival.
Durante a ação, Adrio conseguiu fugir pulando a janela da residência, após dois homens invadirem o local atirando. A polícia identificou, até o momento, “Mosquito”, como um dos pistoleiros.
Na ocasião, a avó materna de Luiz Carlos, com idade aproximada de 78 anos, e Bruna de Jesus Roque, de 20 anos, que estava com um filho de dois anos, conseguiram se esconder. Os assassinos fugiram do local em um carro, modelo Peugeot, de cor cinza, de placa não reconhecida.
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