Manaus, 17 de maio de 2024
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Cenário

Capivara Filó estampa manifestação de professores em defesa de reajuste salarial

Categoria usou imagem do mamífero roedor para chamar atenção de deputados estaduais por reivindicações trabalhistas.

Capivara Filó estampa manifestação de professores em defesa de reajuste salarial

Crachás, cartazes e camisetas ilustraram a mobilização dos professores nesta semana (Foto: Reprodução/Twitter)

Manaus (AM) – Nem Paulo Freire, nem Darcy Ribeiro. A figura escolhida pelos professores da rede estadual no Amazonas para reivindicar o reajuste salarial de 25% nas manifestações realizadas nesta semana foi a capivara Filó, que protagonizou um debate recente sobre a criação de animais silvestres fora do habitat natural.

Foi uma crítica ao destaque dado pelo caso na imprensa, nas redes sociais e no cenário político nos últimos meses, em contraponto a um suposto descaso a respeito da situação dos professores.

A categoria exige também reajuste no vale-alimentação e auxílio-localidade, cumprimento das progressões horizontais e verticais e plano de saúde para aposentados. A pauta inclui a retirada por parte do Governo da Ação Judicial e a negociação das faltas dos dias paralisados, com posterior reposição das aulas.

Desenhos e fotos da capivara ilustraram máscaras, camisetas, cartazes e até crachás nas manifestações dos trabalhadores em educação.

“Na manifestação dos professores na ALE teve cobrança para que houvesse ao menos 25% de apoio a causa, como teve de parlamentares que defenderam a capivara filo (sic). Lamentável que profissionais da educação não sejam valorizados. Sempre estive e vou continuar apoiando os professores”, escreveu o ex-deputado federal Zé Ricardo (PT) no Twitter.

“Engraçado que eu não vejo ninguém revoltado com a situação dos professores no Amazonas, mas quando era uma capivara queriam derrubar até o órgão público responsável”, compartilhou um usuário na rede social. “Cadê a deputada que luta, chora, e ameaça os órgãos públicos pelas minorias? Será que os professores valem menos que uma capivara?”, escreveu outro apoiador da greve, em referência à deputada Joana Darc (União).

A parlamentar promoveu uma mobilização em defesa do fazendeiro Agenor Tupinambá, “pai” da capivara Filó, que recebeu uma multa de R$ 17 mil do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) após denúncias de supostos maus-tratos a animais.

O órgão também estabeleceu a entrega do animal ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Manaus, mas, sob pressão, o animal foi devolvido a Angenor.

Paralisação

Os profissionais vinculados à Secretaria Estadual de Educação (Seduc) entraram em greve na manhã de quinta-feira (18) após indicativo efetuado quatro dias antes. Uma decisão judicial determinou o fim do movimento paredista, mas não foi cumprida.

Ontem, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) reuniu-se com o secretário de Governo, Sérgio Litaiff, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). O Parlamento atuou como mediador na negociação.

A proposta de reajuste de 8% apresentada pelo Executivo, no entanto, não agradou o sindicato, que resolveu manter a paralisação.

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