Manaus, 10 de maio de 2024
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Cidades

Dom e Bruno: investigação do crime passa para as mãos da Justiça Federal

A polícia também pediu que a prisão temporária dos três suspeitos seja convertida para prisão preventiva

Dom e Bruno: investigação do crime passa para as mãos da Justiça Federal

Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips. (Foto: Reprodução)

Manaus – Após um mês do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, a juíza de Direito Jacinta Silva dos Santos, titular da Comarca de Atalaia do Norte, interior do Amazonas, concluiu que a motivação do crime está ligada diretamente à defesa dos direitos indígenas – bandeira levantada pelos ativistas.

Agora, o processo que trata do homicídio dos ativistas será de competência da Justiça Federal. De acordo com a magistrada, antes de concluir a motivação do crime, ela observou o relatório das investigações realizadas pelas Polícias Civil e Federal, ficando a cargo da análise a Justiça Federal.

Além disso, o Ministério Público também ponderou sobre as informações apresentadas no relatório e pediu a declinação da competência para a Justiça Federal. “Essas informações não constavam anteriormente nos autos, o que permitia, portanto, a atuação do Juízo estadual nesse processo”, explicou a juíza.

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Ainda nessa quarta-feira (6), as autoridades policiais que investigam o caso pediram à Justiça a conversão de prisão temporária em prisão preventiva dos três suspeitos do assassinato, Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como “Dos Santos”, e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”. O pedido ainda será analisado agora pela Justiça Federal, caso aceite a declinação de competência.

Foto: Divulgação

Relembre o caso

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Philips desapareceram no dia 5 de junho na região amazônica do Vale do Javari. Bruno era conhecedor da área e Dom escrevia um livro sobre a Amazônia e os povos indígenas, ou seja, foi descartada a hipótese de que os dois teriam se perdido na região.

No dia seguinte, o desaparecimento foi divulgado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e pelo Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI) e ganhou repercussão internacional.

Dois dias após o início da força-tarefa, a polícia prendeu o primeiro suspeito no envolvimento, o Pelado. De acordo com testemunhas, ele foi visto seguindo o barco de Dom e Bruno, além de ser conhecido por fazer ameaças a indígenas que participavam das buscas.

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Quase uma semana depois, o segundo suspeito, Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como “Dos Santos”, foi preso temporariamente. Alguns dias depois, Amarildo disse a Polícia Federal que Dom e Bruno foram assassinados e mostrou à polícia o local onde os corpos foram enterrados.

Após escavações, as autoridades encontraram “remanescentes humanos”. Um terceiro suspeito também foi preso, Jefferson deu detalhes de como o crime aconteceu.

Os três continuam presos e a Polícia Federal continua investigando o caso para concluir o laudo pericial.

(*) Com informações do TJAM