(Foto: Alex Pazuello/Secom)
Manaus (AM) – O Governo do Amazonas iniciou, nesta quarta-feira (16), o envio de ajuda humanitária para municípios atingidos pela cheia no Sul do estado. A previsão é que a enchente afete até 92 mil pessoas em 23 mil famílias. O governador Wilson Lima anunciou o envio de 160 toneladas de alimentos, água potável, kits de saúde e purificadores para cidades como Humaitá, Manicoré e Apuí.
A cheia já colocou oito municípios em situação de emergência, com outras 18 cidades em estado de alerta. “Estamos agindo antes que os danos se agravem. Amanhã já enviamos a primeira leva de ajuda”, afirmou Lima. A distribuição inclui caixas d’água, purificadores e mais de 26 mil copos de água, além de kits calamidade com 100 itens médicos.
O governo também anunciou medidas de prevenção e monitoramento, como a ampliação de estações fluviométricas de 10 para 50, implantação de centros de alerta em tempo real e ativação de canais de comunicação via apps da Defesa Civil.
Na área da saúde, o Estado reforça o combate a doenças comuns do período, como hepatite, leptospirose e diarreia, e enviará o barco-hospital a municípios mais isolados, como Anamã. Segundo Lima, o abastecimento das unidades de saúde está em curso.
Para apoiar produtores rurais e piscicultores, o governo ativou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com investimento de R$ 5 milhões. Além disso, o Estado comprou 305 toneladas de peixe e está oferecendo suporte logístico e estrutura para comercialização.
O governo também prepara ações para a próxima estiagem. Em maio, 17 novos veículos serão entregues ao Corpo de Bombeiros, destinados a cidades críticas como Boca do Acre e Apuí. Estruturas para combate a incêndios já estão sendo discutidas com o Governo Federal.
Impactos em Apuí
O município de Apuí, no sul do Amazonas, enfrenta uma grave crise de abastecimento devido à cheia que isolou a região. A escassez de alimentos, água potável e combustíveis afeta diretamente a população. A interdição da BR-230 agravou o desabastecimento e comprometeu a mobilidade. A situação de emergência foi decretada pela Prefeitura em 1º de abril e reconhecida pelo Estado em 10 de abril. O governo estadual anunciou ações emergenciais para mitigar os impactos.
Situação em Humaitá
A cheia do Rio Madeira já afeta mais de 16 mil pessoas em Humaitá, no interior do Amazonas, com plantações devastadas e 20 escolas com aulas suspensas. Agricultores registram perdas totais, especialmente na produção de banana. A prefeitura adota ações emergenciais e leva materiais didáticos às casas dos alunos. O nível do rio chegou a 23,92 metros, superando em três metros a marca de 2024. Especialistas apontam como causas o La Niña e o Inverno Amazônico, com chuvas acima da média.
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