Manaus, 17 de maio de 2025
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Manaus, 17 de maio de 2025

Cenário

Com fim dos cobradores, tempo de viagens de ônibus pode dobrar em Manaus

Em entrevista ao Portal AM1, o vereador Jaildo Oliveira (PV) critica plano para retirada dos cobradores do transporte coletivo. Ele defende cumprimento da lei municipal e diz que plano de empresários trará prejuízos à população e aos rodoviários.

Com fim dos cobradores, tempo de viagens de ônibus pode dobrar em Manaus

(Foto: Kleber Paz/Portal AM1)

Manaus (AM) – O vereador Jaildo Oliveira (PV) fez um alerta sobre os impactos da retirada dos cobradores dos ônibus em Manaus. Em entrevista ao programa Cenário Político, do Portal AM1, o parlamentar afirmou que, sem a presença desses profissionais, as viagens podem se tornar mais longas, chegando a até quatro horas em alguns percursos.

“Hoje, um percurso de uma a duas horas, com cobrador, já é cansativo. Sem ele, isso pode chegar a três ou quatro horas. O motorista passa a acumular funções e quem sofre é o usuário, que fica mais tempo no trajeto do que no trabalho”, disse Jaildo. O vereador se posiciona contra a medida e lembrou que existe uma lei municipal que obriga a presença de cobradores no transporte público convencional da cidade.

Jaildo também criticou a justificativa das empresas de transporte, que alegam que a retirada dos cobradores aumentaria a segurança nos coletivos. Segundo ele, essa narrativa é baseada em dados distorcidos e não corresponde à realidade da capital amazonense.

“Eles dizem que vão tirar o dinheiro dos ônibus para evitar assaltos, mas o ladrão não vai direto no cobrador. Ele assalta os passageiros, leva celular, bolsa, relógio. O problema não está no cobrador, está na falta de segurança”, afirmou.

O parlamentar reforçou que a cidade de Manaus não tem infraestrutura de mobilidade adequada para aplicar o modelo de outras capitais. “Manaus não é São Paulo, não é Curitiba. Cada cidade tem sua realidade, e aqui não estamos preparados para isso”, ressaltou.

Jaildo também foi um dos vereadores que apoiou o movimento dos rodoviários, que recentemente se mobilizaram por melhores condições de trabalho e contra a extinção da profissão de cobrador.

“As empresas precisam cumprir a lei. Não podem forçar uma mudança que prejudica trabalhadores e população. Segurança é dever do Estado e das empresas contratadas para servir à sociedade, e não deve ser usada como desculpa para cortes de direitos”, finalizou.

Assista à entrevista: 

Sobre a greve dos rodoviários

Na última quarta-feira (16), a greve dos rodoviários em Manaus chegou ao fim após dois dias, afetando mais de 300 mil usuários. O acordo firmado garante reajuste salarial de 6% e gratificação de R$ 600 para motoristas que também atuam como cobradores. Também ficou definido um plano gradual de retirada dos cobradores, com continuidade das negociações. A mediação do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) e o apoio da Prefeitura foram fundamentais para o desfecho. Apesar de não atender a todas as reivindicações, o Sindicato considerou a proposta razoável.

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