Manaus, 19 de abril de 2024
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Cenário

Deputado Pablo responsabiliza Guedes por redução do IPI: ‘Bolsonaro quer ficar ao lado da ZFM’

O deputado garantiu que o presidente Bolsonaro defende o modelo da ZFM e que a redução foi um 'mal entendido' entre o Ministério da Economia e Bolsonaro

Deputado Pablo responsabiliza Guedes por redução do IPI: ‘Bolsonaro quer ficar ao lado da ZFM’

Foto: Reprodução

Manaus, AM – O deputado federal Delegado Pablo (União Brasil) isentou, nesta segunda-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (PL) da responsabilidade sobre o novo decreto que reduz em 25% o Imposto sobre o Produto Industrializado (IPI). Segundo o parlamentar, a decisão ocorreu de forma oposta ao pensamento do presidente, que apoia o modelo econômico do Amazonas e de um veredito do Ministério da Economia.

Ao Portal Amazonas 1, o deputado afirmou que aconteceu um mal entendido no governo federal em relação ao assunto. Apesar da decisão já publicada pelo governo federal, a bancada federal vai buscar métodos para reverter a situação. “O decreto precisa continuar vivo, mas, ao mesmo tempo, precisa manter a Zona Franca de Manaus funcionando. Precisamos excepcionar a Zona Franca desse decreto”, explicou.

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Conforme explicações do deputado, os representantes do Amazonas vão conversar com o governo federal para encontrar meios de reduzir o IPI sem causar danos ao Polo Industrial de Manaus. “Queremos reafirmar o compromisso que o governo Bolsonaro vem tendo com os amazonenses, que é o de preservar a Zona Franca e da manutenção de emprego e renda que esse modelo já tem”, disse.

Segundo Pablo, o decreto do governo federal é importante para reduzir a carga tributária no Brasil, pois “ninguém quer pagar tanto imposto”. Porém, pode acabar causando prejuízos para a ZFM e, com relação a isso, o deputado acredita que seja de responsabilidade do ministro da Economia, Paulo Guedes, sem culpa para o presidente Bolsonaro.

Foto: Divulgação

“As medidas são do Ministério da Economia que pensa de uma forma linear e esquece que a Zona Franca de Manaus é um mecanismo de redução de desigualdades”, destacou. “A falta de diálogo é ruim, mas a gente sabe e o presidente já veio muitas vezes aqui e todas as vezes que vem no [sic] Amazonas, se mostra favorável aos amazonenses”, continuou.

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Para o delegado, Bolsonaro mantém a linha de compromisso firmado entre o governo federal e o Amazonas e, por essa razão, é necessário que Paulo Guedes compreenda essa ligação. “O presidente Bolsonaro quer ficar ao lado da Zona Franca de Manaus. Ele [Guedes] vai entender de um jeito ou de outro, porque estamos preparados para brigar contra o decreto”, garantiu.

Movimento dos parlamentares

Para o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD), não é o momento para fazer críticas, mas sim para unir forças para lutar pela Zona Franca de Manaus. Com isso, a bancada amazonense se reuniu para buscar medidas e pedir uma alteração no decreto publicado pelo governo federal.

A nota foi assinada pelos três senadores e os oito deputados federais do Amazonas, que garantiram que vão tentar reverter o cenário desfavorável para o Polo Industrial de Manaus. “Até o momento é um chamado, não só para parlamentares, mas para aqueles que ainda estão confusos”, disse.

O deputado ainda alfinetou figuras políticas do Amazonas ligadas ao governo federal que tentam defender o decreto imposto pelo Ministério da Economia. Sem citar nomes, Ramos afirmou que essas pessoas precisam estar ao lado dos amazonenses, sem querer politizar o assunto.

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“Aqueles que ainda estão contaminados por interesses ideológicos, aqueles que ainda estão acreditando na ideia de que um novo modelo de desenvolvimento pode surgir da noite para o dia, essa turma precisa ser chamada para estar ao lado do Amazonas, para que juntos, sem protagonismo, sem politizar a demanda, possamos defender os empregos dos amazonenses”, destacou.

Foto: divulgação

Ao Portal Amazonas 1, Marcelo Ramos afirmou que a Zona Franca de Manaus pode encontrar uma maneira de sair dessa situação com duas maneiras: a criação de um crédito presumido para todas as empresas que tem Processo Produtivo Básico (PPB), ou seja “que para produzir os seus bens tem etapas que devem ser cumpridas”. A segunda alternativa seria tirar todas as indústria que tem PPB da redução do incentivo. “Por exemplo, moto não vai ter redução de 25%, para pelo menos manter a vantagem comparativa da Zona Franca”, explicou.

O deputado ainda pontuou que não dá para as alternativas serem construídas “sob o caos”. “Eu não posso publicar um decreto que acaba com os empregos dos amazonenses amanhã e acreditar que, em substituição disso, venha um novo modelo daqui a 30 anos. Entre a era da borracha e a Zona Franca foram 50 anos de miséria, com uma diferença: Manaus tinha 50 mil habitantes para alimentar, hoje, tem 2 milhões”, declarou.

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Segundo o deputado, Paulo Guedes “nunca deixou de demonstrar antipatia pelo modelo da Zona Franca”, além de classificar o decreto como o maior ataque de toda a história do Polo Industrial, que completa 55 anos de criação nesta segunda-feira (28).

Além disso, Ramos afirmou que enxerga a redução como descompromisso do presidente Bolsonaro com o Amazonas. “O Amazonas e o povo de Manaus deu para ele mais de 60% dos votos. É bom que o presidente lembre disso e cumpra o compromisso e a palavra dele, que é de proteger os empregos dos amazonenses”, declarou.

Assista a reportagem: www.facebook.com.br/PortalAmazonas1