"São concessões públicas que, de forma covarde, isolam a população interiorana", justificou Sinésio. Foto: Divulgação/Aleam
Manaus (AM) – O deputado estadual Sinésio Campos (PT) anunciou que pretende apresentar uma proposta de CPI da telefonia na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para investigar as causas da falta de sinal de internet e comunicação em distritos de Barreirinha (a 314 quilômetros de Manaus).
Segundo o parlamentar, uma torre foi instalada no distrito de Cametá do Ramos para atender municípios do Baixo Amazonas e o estado do Pará, há mais de dez anos. Os habitantes, no entanto, sofrem com a dificuldade de acessar a internet e fazer ligações.
“A melhoria do serviço após a privatização não ocorreu, inclusive na capital. Os moradores já fizeram várias reclamações”, afirmou o parlamentar.
No distrito de Pedras, a população se irritou com o descaso da empresa e cortou os fios de uma torre, paralisando o funcionamento do serviço de telefonia por 24 horas. “A população quer que o rebaixamento seja feito para ter acesso ao serviço. É a TIM que não dá ‘tim’, é a Claro que opera no escuro”, ironizou o deputado.
Sinésio enfatizou que a precariedade afeta serviços nas áreas de saúde, educação, segurança pública e a produção rural. “Da mesma forma que apresentei uma CPI da Energia, deverei apresentar um pedido de CPI sobre a telefonia. São concessões públicas que, de forma covarde, isolam a população interiorana”, justificou.
O deputado Dan Câmara (PSC) se manifestou a favor da iniciativa. “Não apenas as comunidades vivenciam a falta de comunicação. Os serviços públicos estão afetados. Assino embaixo da proposta de CPI. Chega de desculpas. Precisamos de uma solução plausível para atender a população que vive nos rincões do Amazonas”.
De acordo com Sinésio, a empresa Claro já foi informada e se prontificou a resolver o problema em Barreirinha.
Desconexão
De acordo com o presidente da Associação de Moradores de Cametá do Ramos, Erisson Cidade, o rebaixamento deve atender os distritos de Vila Cândido e de Santa Maria do Lago Preto, dois dos mais populosos da região, que totalizam 10 mil habitantes.
“Há um mercado consumidor. Os postos de saúde e a escola ficam desconectados do resto do país”, exemplificou.
A presidente do distrito de Cametá do Ramos, Beth Soares Barbosa, relatou que os moradores enfrentam “uma dificuldade imensa em todas as áreas, principalmente na saúde. Além de ser precária, precisamos levar pacientes para Barreirinhas, mas estamos há muito tempo sem internet. As pessoas sobem nas árvores para tentar conseguir sinal”, relatou. Na rua batizada de “digital”, os moradores se reúnem à noite para tentar navegar na internet – que funciona por, no máximo, uma hora.
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