Manaus, 9 de maio de 2024
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Política

Dois dias após anunciar aumento da gasolina, Coelho renuncia presidência da Petrobras

A pressão pela renúncia dele foi intensificada no fim de semana pelo presidente da Câmara, Arthur Lira

Dois dias após anunciar aumento da gasolina,  Coelho renuncia presidência da Petrobras

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, renunciou, nesta segunda-feira (20), ao cargo. A informação foi confirmada pela empresa em comunicação ao mercado.

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“A Petrobras, informa que o senhor José Mauro Coelho pediu demissão do cargo de presidente da empresa na manhã de hoje”, afirma a Petrobras. “A nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora”, acrescenta a companhia.

A pressão sobre a companhia aumentou após a Petrobras anunciar um novo reajuste nos preços dos combustíveis na última sexta-feira (17), o que levou governo, Congresso e o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), a criticarem a empresa.

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A pressão pela renúncia dele foi intensificada no fim de semana pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e pelo presidente Jair Bolsonaro, que ameaçam até mesmo a criação de uma CPI para investigar a gestão de Coelho. A partir dessa decisão, o presidente Bolsonaro vai poder trocar efetivamente o comando da empresa.

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Em um artigo publicado ontem, Lira chamou o atual presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, de “ilegítimo”, porém, José Mauro Coelho foi indicado para comandar a estatal por Bolsonaro em abril.

A partir da indicação, José Coelho foi eleito numa assembleia de acionistas, onde o governo tem a maioria dos votos, para integrar o Conselho de Administração da empresa. E ele foi escolhido por este colegiado para presidir a estatal. A União é a maior acionista da empresa.

No início de junho, pouco mais de um mês depois da posse do executivo, Bolsonaro pediu à empresa a sua substituição por Caio Paes de Andrade, auxiliar do ministro Paulo Guedes, mas o processo burocrático ainda está em curso. Enquanto isso, José Coelho seguia no comando.

Com a possível saída de Coelho, o governo irá trocar praticamente todo o conselho da empresa e também a diretoria.