Manaus, 13 de maio de 2024
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Política

Eduardo Cunha alfineta Moro: ‘nada ficará oculto’

Cunha continua em prisão domiciliar por conta de um pedido de prisão cautelar da Operação Sepsis, um dos desdobramentos da Lava Jato

Eduardo Cunha alfineta Moro: ‘nada ficará oculto’

Foto: Reprodução

BRASÍLIA, DF – O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB) usou as redes sociais, neste domingo (6), para criticar o ex-ministro Sergio Moro (Podemos) em relação a consultoria Alvarez & Marsal, que contratou o ex-ministro meses após a operação Lava Jato.

Na postagem Cunha comentou uma reportagem que apontava que a consultoria que contrato o ex-ministro recebeu cerca de R$ 16,5 milhões de dólares para reestruturar fornecedora da Petrobras, sendo o valor recebido quando o Moro já era consultor da empresa.

A surpresa, no entanto, é que a Alvarez & Marsal apresentou ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma cifra menor dos ganhos no Brasil. De acordo com eles, a empresa faturou R$ 83,5 milhões no país entre 2013 e 2021. Mas o valor revelado pela reportagem aponta ao contrário, uma vez que a empresa Diamond Offshore Drilling, a qual foi reestruturada, desembolsou mais do que o apresentado pela consultoria.

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A atuação de Moro na consultoria é alvo de investigação no TCU por suspeita de conflito de interesses. Na última semana, Moro resolveu revelar os valores ganhos enquanto trabalhou na empresa, os quais foram mais de R$ 3 milhões. Apesar disso, ainda não se sabe quais serviços Moro fez na consultoria e para quais empresas trabalhou, sendo essas informações cruciais para o desdobramento do caso.

Devido a isso, o ex-deputado Eduardo Cunha utilizou as redes sociais para alfinetar Moro e mandar um recado. “Não tinha visto essa notícia. Apesar de ser uma mídia auxiliar do PT, eles publicam algumas coisas relevantes, como a Vaza Jato e agora essa nova denúncia contra o “ chefe “ Moro. Nada ficará oculto senhor Moro”, escreveu.

Mesmo com os investigadores na cola de Moro, Eduardo Cunha ignorou os escândalos de corrupção cometidos por ele. O ex-deputado foi cassado e condenado pela operação Lava Jato, comandada pelo ex-ministro Moro.

Condenações

Por conta dessa condenação, Cunha está inelegível até 2026, mas tenta anular a sentença para conquistar seus direitos políticos e retornar à Câmara dos Deputados. As investigações acusaram Eduardo Cunha de receber US$ 5 milhões em propina de contratos de construção de navios-sonda da Petrobras.

Em 2020, Cunha foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro na Lava Jato no Paraná, com pena de 15 anos e 11 meses de reclusão. A sentença do juiz Luiz Antônio Bonat foi a segunda condenação de Cunha.

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Em 2017, o ex-presidente da Câmara foi condenado a 15 anos e quatro meses de reclusão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Cunha recebeu propina em um contrato de exploração de Petróleo em Benin, na África, e o uso de contas no exterior para lavar o dinheiro. No mesmo ano teve a pena reduzida para 14 anos e 6 meses.

Cunha virou réu da operação quando ainda era presidente da Câmara dos Deputados. Em 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que ele fosse investigado pelos crimes de corrupção.

Foto: Agência Brasil

O político está preso previamente desde outubro de 2016 e teve a transferência autorizada para o presídio de Bangu, no Reio de Janeiro, em 2019. No entanto, Cunha cumpriu prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, devido a pandemia da covid-19, uma vez que ele pertence ao grupo de risco.

Em 2021, a defesa do político conseguiu a revogação de um dos pedidos de prisão preventiva e a Justiça determinou a retirada da tornozeleira eletrônica. Por ter mais de um processo nas costas, Cunha continua em prisão domiciliar por conta de um pedido de prisão cautelar da Operação Sepsis, um dos desdobramentos da Lava Jato.