Manaus, 10 de maio de 2024
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Cenário

Eleições 2022: no AM, primeiros meses podem ter articulações de bastidores e trocas de partido

O ano de 2022 terá grandes movimentações na política, com articulação de bastidores e possíveis trocas de partido, especula Helso Ribeiro

Eleições 2022: no AM, primeiros meses podem ter articulações de bastidores e trocas de partido

Foto: reprodução

MANAUS, AM – A virada do ano possui muitos significados para a maioria dos brasileiros, porém, no meio político, 2022 será um ano de eleição acirrada para deputado estadual, federal, senador e governo estadual e federal.

No Amazonas, os primeiros meses de 2022 serão marcados por muita articulação de bastidores e possíveis trocas de partido, segundo especulou o advogado Helso do Carmo Ribeiro.

Às vésperas do ano eleitoral, até agora, só demonstram interesse nítido em se candidatar ao Governo do Amazonas o atual gestor, Wilson Lima (PSC), e o ex-governador Amazonino Mendes (União Brasil). Os demais possíveis postulantes não deixam totalmente claro suas intenções. Entre eles é possível citar Eduardo Braga (MDB), Coronel Menezes (Patriota), Arthur Neto (PSDB) e Ricardo Nicolau (PV).

Para Helso Ribeiro, também são nomes fortes para o cargo Praciano (PT), Carol Braz (PSC), e Marcelo Amil (PSOL). Segundo o especialista, os potenciais candidatos que ainda não se pronunciaram sobre suas intenções podem ter receio dos órgãos de fiscalização entenderem as posturas como uma campanha eleitoral antecipada, o que é proibido.

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“As pessoas têm muito receio de se colocarem como candidatos e posteriormente o Ministério Público Eleitoral e órgãos fiscalizadores colocarem essa postura deles como uma pré-campanha, então, eles têm receio de se lançar”, disse Helso Ribeiro.

“Eu acredito que teria outros nomes, já se suscita a possibilidade do Praciano vir como candidato do PT, o Plínio Valério também é suscitado como candidato ao governo, tem também Ricardo Nicolau, que já mostrou interesse de concorrer. Tem uma mulher, a Carol Braz, que já foi secretária de Justiça e Cidadania, com uma participação exitosa, que já se coloca o nome dela. A gente fala muito de direita e esquerda, tem o Marcelo Amil que parece que o PSOL vai apostar na candidatura dele. Enfim, eu diria que neste momento são muitas especulações e poucas certezas”, explicou.

Nestes primeiros meses do ano, em que o Poder Legislativo Federal e Estadual, e muitos outros órgãos estaduais estão no período de recesso, a expectativa é de que aconteçam muitas articulações de bastidores entre os possíveis candidatos, já que a questão não é apenas se lançar no pleito, mas estar atento às regras eleitorais.

“Eu diria que da parte dos políticos vai ter muito silêncio, eles vão dizer que não é o momento, ainda não é a hora, mas a gente pode esperar muita conversa de bastidor. Porque existe a possibilidade das federações dos partidos, partidos se criarem em federações. Isso vai, às vezes, desrespeitar ou agredir interesses regionais, né. E a gente sabe que vai ter uma janela partidária para aqueles detentores de mandatos, e tem muita briga de bastidor: ‘vem para cá que você tem voto’ ou ‘eu não te quero mais’”, disse o especialista.

“Os partidos no Brasil, infelizmente, são quase que feudos né, eles têm proprietários, eles dizem ‘é o partido do fulano’, e as vezes tem um integrante que não se adequou, não foi subserviente ao longo do partido e acaba sendo persona non grata. E eu acredito que o bastidor vai funcionar muito forte neste mês de janeiro. Inclusive, o Congresso Nacional está de recesso, e as Assembleias do Brasil inteiro. Então, muita conversa de bastidor e, mais uma vez, pouca clareza dos políticos com mandato, eles vão dizer que só estão tratando do trabalho parlamentar, mas eles estão articulando muito para as próximas eleições”, continua.

Aleam

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) costuma ser renovada pela metade nas eleições para deputados estaduais. A expectativa é que a tradição se mantenha neste ano. Inclusive, é no Poder Legislativo que possivelmente haverá uma maior conversa e articulação de bastidores ainda.

“Primeiro, não se pode mais haver coligações de partidos, né. Então, para a Assembleia Legislativa, a eleição é proporcional, então tem o quociente eleitoral. As pessoas já estão começando a querer construir uma nominata forte nos partidos para fazer o quociente eleitoral. Por exemplo, a deputada Alessandra Campêlo foi candidata eleita pelo MDB. Eu custo a crer que ela permaneça no MDB, já que ela faz parte do Governo Wilson Lima e Eduardo Braga, que é o dono – vamos chamar assim – do MDB local, é também possível candidato. Então vai haver conversas de bastidor, conversas pouco claras, porque os políticos acabam dizendo ‘não, não é o momento”, disse Helso.

Câmara dos Deputados

Assim como no pleito majoritário, ainda não está claro quem se lançará para deputado federal, exceto os deputados que cumprem seus mandatos e que possivelmente disputarão a reeleição. São eles: José Ricardo (PT); Delegado Pablo (PSL); Atila Lins (PP); Silas Câmara (PRB); Capitão Alberto Neto (PRB); Marcelo Ramos (sem partido); Sidney Leite (PSD); e Bosco Saraiva (SD).

Foto: Divulgação

“Câmara dos Deputados em Brasília, nós temos 8 deputados federais. Há uma tendência de renovação, de 50%, talvez mais ou menos, talvez mude quatro ou cinco. Exemplo, Marcelo Ramos, que é o primeiro deputado amazonense a co-presidir a Câmara dos Deputados, ele acabou de sair do PL. Qual o partido que ele vem? Ninguém sabe ainda. E aí, o partido que ele virá, será que conseguirá fazer o quociente eleitoral? Eu calculo que gravitará em torno de 220 mil votos. Nenhum deputado teve isso nas últimas eleições, o mais votado foi o deputado José Ricardo. Ele, inclusive, seria candidato ao Senado, seria candidato ao Governo?!”, afirmou.

Interior X Capital

Um dos pontos a ser analisado nesta eleição é qual será o foco de campanha dos candidados: tanto na capital quanto no interior do estado. Segundo Helso Ribeiro, políticos como Átila Lins, Silas Câmara e Sidney Leite possuem forte influência nos municípios interioranos.

“Tem deputados que têm um forte nicho no interior, a gente pode falar como exemplo Átila Lins, Silas Câmara, Sidney Leite tem forte nicho no interior, os outros são mais das capitais. Eu entendo que neste momento todos eles estão querendo articular e estão querendo apoio de prefeitos, porque um prefeito que apoia de cabeça mesmo um deputado ele consegue arregimentar muitos votos no município. Então, a conversa hoje, daqueles que pretendem ser candidatos as suas reeleições é ver se conseguem alargar as suas opções”, afirma Helso Ribeiro, sobre cenário político do Amazonas agora em 2022.

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