Manaus, 3 de maio de 2024
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Manaus, 3 de maio de 2024

Cenário

Em Manaus, movimentos feministas farão ato no Dia Internacional da Mulher

Com o tema "O Medo Não Vai Nos Parar", o evento terá concentração na Praça da Matriz, no Centro da cidade, a partir das 15 horas.

Em Manaus, movimentos feministas farão ato no Dia Internacional da Mulher

(Foto: FPMAM/Divulgação)

Manaus (AM) – O Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) realizará um ato público para reivindicar direitos, de ser político e liberdade para ter voz e vez em qualquer espaço que a mulher merece e precisa ocupar. O evento é organizado por movimentos, grupos de mulheres e instituições apoiadoras.

Com o tema “O Medo Não Vai Nos Parar”, o evento é para lembrar o Dia Internacional da Mulher, que já teve outros momentos de manifestações e reflexão para a situação de violência e falta de políticas públicas voltadas para as mulheres.

Na década de 80, as mulheres amazonenses concentradas na capital exigiam nos atos do 8 de março daquela década: água limpa e disponível 24h por dia em seus lares, lavanderias e restaurantes comunitários, além de mais vigilância sanitária nas feiras, creches para os filhos e filhas de todas.

Denunciavam: a desigualdade salarial, a insalubridade nos postos de trabalho do comércio e do Distrito Industrial, e a falta de oferta de escolas de ensino médio. Também cobravam fortemente renovação de frotas e ampliação de linhas de ônibus, reivindicavam direitos básicos como ao pré-natal, ao preventivo e por vacinas e, sempre: medidas efetivas sobre a violência contra as mulheres.

Nos 39 anos separam o primeiro ato do 8 de Março (1985), a percepção do Fórum é que “ao longo de quase quatro décadas, ir para as ruas se manifestar trouxe mudanças sociais e políticas. Trouxe a compreensão por parte do poder público quanto ao direito da população a transparência de informações. Esse tempo também foi importante para nós da sociedade civil continuarmos atentas, nos reinventando e reivindicando direitos, pois a luta das mulheres contra o patriarcado é dia todo, todo dia. A maior dessas lutas é contra o machismo que tenta relativizar e banalizar violências hediondas contra mulheres e meninas como estupro, violência doméstica familiar e feminicídio alegando que tudo é “mimimi”, diz o Fórum.

(Divulgação)

Escalada da violência

A escalada da violência contra a mulher não é mais somente problema de segurança pública. Passou a ser igualmente de saúde pública e trabalhista, pois mulheres agredidas, mutiladas, desfiguradas e abaladas psicologicamente, se sobrevivem a tentativa de feminicídio, são obrigadas a se afastar do emprego sob atestado (nem sempre concedido sem muita insistência por parte da vítima) ou a pedir demissão, situação que a joga, abruptamente, na estatística do desemprego e até em situação de rua.

No ano de 2022, o informe epidemiológico do Monitoramento da Violência contra a Mulher no Amazonas produzido pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP) demonstrou que um total de 4.691 mulheres foram vítimas de violência no Amazonas. O maior número de registros está na faixa etária de 10 a 14 anos, com 1.224 ocorrências, seguido de 20 a 29 anos (877), 15 a 19 anos (769), 1 a 9 anos (648), 30 a 39 (549), 40 a 49 anos (258), menor de 1 ano (145), maior de 60 anos (136) e de 50 a 59 anos (85).

Os primeiros meses de 2023 registraram a gritante e incomoda marca para o estado do Amazonas de 1 (uma) medida protetiva por hora, concedidas em favor de mulheres vítimas de ameaças e de violência doméstica e familiar, de acordo com Dados do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

A concentração será na Praça da Matriz, a partir das 15h e a marcha seguirá pela avenida Eduardo Ribeiro, a partir das 17h. Em seguida, haverá um encontro cultural no Largo de São Sebastião, às 18h.

(*)Com informações da assessoria

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