MANAUS, AM – O prefeito David Almeida (Avante) decidiu suspender, por 30 dias, licenças e autorizações municipais para a realização de eventos públicos de qualquer natureza na cidade de Manaus.
A decisão foi tomada em meio à enxurrada de críticas que a Prefeitura de Manaus vem recebendo devido à aglomeração nos Centros de Testagem para covid-19.
A medida consta no decreto no Diário Oficial do Município (DOM) dessa quarta-feira (19). No texto, o prefeito afirma que considerou os casos da variante Ômicron na cidade e o aumento de infecções da doença nos últimos dias.
No entanto, a suspensão não vale para eventos esportivos com cobrança de ingresso. Estes terão uma regulamentação específica nos próximos dias. Já as licenças e autorizações que foram emitidas antes da publicação do decreto ficam sem efeito.
Contradição
Apesar da Prefeitura de Manaus endurecer as medidas para a população, os Centros de Testagem para covid-19 vêm registrando aglomerações e demora nos entendimentos. Questionado por uma equipe de reportagem na última quarta-feira (19), David Almeida disse que a situação era necessária, e gerou polêmica.
“Crime é ficar na fila da mesa de mesa de bar, crime é ir pra pagode […] estamos vivendo um momento adverso e se faz necessário o que está acontecendo. Erros acontecem, problemas acontecem”, disse o prefeito.
A declaração do prefeito vai contra a prática de seus próprios correligionários, que, no último final de semana, participaram de uma festa com muito pagode. O evento foi organizado por assessores do presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) David Reis (Avante).
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A fala também gerou repúdio da Associação de Entretenimento do Estado do Amazonas (Asseeam), que se manifestou por meio de nota nas redes sociais. A mensagem foi assinada por Gerson Sampaio, presidente da associação.
“A ASSEEAM vem a público repudiar veementemente a declaração preconceituosa do prefeito de Manaus, David Almeida, ao chamar de criminosos todos os cidadãos, trabalhadores e empresários do setor de entretenimento e seus estabelecimentos”, diz a nota.
Veja:
Ainda conforme a publicação, “é lamentável os desconhecimentos ou a simples desconsideração do mandatário municipal” e reforça que o setor vem mantendo as medidas de precaução e a exigência do comprovante de vacinação.
Quem também se manifestou contra a fala do prefeito foi o vereador Rodrigo Guedes (PSC). O parlamentar defendeu o setor do entretenimento: “O povo não é criminoso, Prefeito!”, escreveu.
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