Manaus, 21 de maio de 2024
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Economia

Empresária cria sex shop para evangélicos e divide opiniões: ‘me chamavam de crente do rabo quente’

'Não é porque somos evangélicas que também não podemos usar umas coisinhas', destacou uma cliente do sex shop gospel

Empresária cria sex shop para evangélicos e divide opiniões: ‘me chamavam de crente do rabo quente’

Foto: Reprodução

São Paulo, SP – Quebrando o tabu imposto pela religião, empresárias cristãs decidiram investir em um ramo diferente e apostar em um sex shop gospel. Convertida à Assembleia de Deus há três anos, a empresária Carolina Marques, 26, quer levar aos clientes a ideia de que o sexo não precisa ser visto como algo sujo pelos fiéis, desde que seja entre um homem e uma mulher dentro do casamento.

A própria empresária somente teve relações sexuais com o atual esposo após o casamento. Inclusive, a empresária prefere chamar a loja de ‘Love Store’ no lugar de sex shop, já que há um preconceito com os estabelecimentos voltados por esse ramo.

Para atrair o público evangélico, a empresária optou por embalagens de cores sóbrias e sem nomes sugestivos. Os produtos tem sabores mais lúdicos, como algodão-doce e outros inspirados em chicletes. “Não tem como vender produtos chamados ‘ppk louca’, ‘ ‘vai fundo’, isso assusta esse público, pode acabar afastando”, explicou.

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Carolina afirmou que a loja é uma fonte de renda para ela, além de ter como objetivo perdurar os casamentos. A empresária ainda destacou que é necessário ter cuidado com os artigos, pois muitas clientes estariam utilizando os artigos pela primeira vez.

Foto: Reprodução

“A ideia é mostrar que o sexo pode ser uma conversa saudável, um assunto para se tratar sem medo e que começa muito antes da cama. Se a esposa não quer porque está cansada, o marido tem que pensar se ele tem feito a parte dele na casa. Às vezes, a mulher só está sobrecarregada com as tarefas, o trabalho, os filhos”, afirmou.

Os produtos voltados para sexo anal, por exemplo, não são vendidos na loja. “Dentro do meio cristão, a região anal é vista como uma área fisiológica. Tanto que não existe ali lubrificação natural. A mulher engravida a partir da penetração na vagina, aquilo já foi feito para isso”, destacou.

Outra cristã que seguiu o ramo foi Andrea dos Anjos, 43, e afirmou que a procura pelos produtos tem aumentado. “São clientes um pouco diferentes da maioria, porque, devido à religião e a alguns dogmas, ficam envergonhados e constrangidos, mas é um público fiel. Dou consultoria informalmente”, revelou.

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Andrea afirmou que algumas clientes ainda têm vergonhas de mostrar que compram os produtos eróticos e tentam ser discretas na hora da compra. “Tenho clientes que pedem para eu mandar os produtos em caixa de remédio, em saco de padaria, para que ninguém saiba mesmo”, contou.

A empresária afirmou que no início do estabelecimento sofreu preconceito e teve que convencer a mãe e o marido de que a ideia era boa e iria dar um bom retorno à família. “Me chamavam de crente do rabo quente, meu marido falou que não sabia se ia dar certo, por sermos cristãos, mas eu sabia que a marca teria um propósito”, disse.

Foto: Reprodução

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As clientes evangélicas aprovam o empreendimento, tanto de Carol quanto de Andrea, e afirmam que se sentem mais à vontade para comprar os artigos eróticos com outras mulheres evangélicas. “Sou casada há 15 anos, conversei com meu esposo que uma amiga minha, que também é evangélica, vendia esses produtos e se ele aceitaria usá-los para sairmos da rotina”, contou uma cliente. “Mudou muito o meu casamento, com toda certeza, não é porque somos evangélicas que também não podemos usar umas coisinhas, né?”, brincou.

(*) Com informações do G1

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