Manaus, 4 de maio de 2024
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Cenário

Empresário e filho de político, Willace Souza pode vir a ser mais um nome na dispusta ao parlamento no AM

Empresário e filho de político, Willace Souza pode vir a ser mais um nome na dispusta ao parlamento no AM

Fotos: AM1

MANAUS – Willace Souza, empresário, filho do ex-deputado Wallace Souza, nome conhecido no cenário político amazonense, tem 27 anos e pode ser confirmado como pré-candidato a deputado estadual pelo Avante até o dia 30 de junho.

Em entrevista exclusiva ao Portal AM1, o jovem empresário, Willace Souza, forte nome para disputar um cargo na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) pelo Avante, afirmou que até o momento, o pré-candidato da família Souza é o tio, ex-deputado federal e ex-vice prefeito de Manaus, Carlos Souza.

Segundo Willace, atualmente, Carlos passa por um quadro de depressão e que a possibilidade de ser o candidato da família só deve acontecer se o tio não se recuperar.

O jovem que hoje apresenta um programa que é uma releitura do antigo programa de TV, criado pelo pai, Wallace Souza, falou que a principal intenção da sua família é mostrar que são pessoas íntegras, honestas, que não devem nada a ninguém. Willace relembrou os anos conturbados que sua família passou, quando ainda era adolescente, o que chama de ‘uma das piores perseguições que o Brasil já viu’ e injustiça. O herdeiro do conhecido ex-deputado estadual, Wallace, enfatizou ainda que o pai denunciava corrupções, que foi o autor das CPIs (Comissão Parlamentar e Inquérito) do sistema prisional e de Coari na Aleam, o que segundo Willace, foi um dos motivos que fez o pai ser perseguido por ter gerado inúmeros desafetos.

AM1: Fale sobre a possibilidade de lançar seu nome como pré-candidato ao cargo de deputado estadual pelo Avante. Soubemos que o partido tem interesse, inclusive, você estava no evento de pré-candidaturas do Avante, na última quinta-feira (2):

Willace: Eu sou filiado ao Avante e no caso da pré-candidatura, o secretário de articulação política do prefeito (David Almeida), me ligou pela manhã e pediu que eu fosse e se ele podia colocar o meu nome como pré-candidato a deputado estadual e eu falei:

cara, não tem problema, coloca aí, mas não e a minha intenção. Existe apenas uma possibilidade que eu sairia candidato, que é se o Carlos (Souza), não se recuperar da depressão que ele sofre e não tiver quem concorrer e nesse caso, pode ser que eu venha candidato apenas nessa hipótese, mas hoje o foco total é na pré-candidatura do Carlos Souza a deputado estadual.


A minha intenção hoje é continuar com o programa, continuar com esse trabalho que eu venho desempenhando, resgatando o legado da família Souza. Graças a Deus até o momento a gente teve muito êxito, até porque conseguimos comprovar a inocência da família completa, a família inteira foi inocentada e acho que tudo isso se deve pela questão do filme exibido na Netflix, à minha luta por ter divulgado, por não ter deixado morrer o nome da família.

Então, é algo que me move, o programa é a minha paixão, é o que eu amo fazer, amo a comunicação. Já fui candidato duas vezes, mas o meu principal intuito mesmo é a comunicação, mas eu não deixo de amar a política, de ter ideias, ter vontade de um dia quem sabe, estar na política, estar desempenhando esse papel na defesa das pessoas, mas nesse momento eu estou em ‘stand by’.

AM1: Então ainda há possibilidade de você vir como candidato?

Willace: Eu tenho até dia 30 de junho. Se o meu tio, Carlos Souza, não se recuperar da depressão, eu vou ter que pegar esse bastão e continuar a minha luta em busca de resgatar o nosso legado. Mas a principal intenção hoje é o Carlos Souza deputado estadual em 2022.

AM1: No dia 25 de maio, o Programa Sinal Livre, que é um relançamento do antigo ‘Canal Livre’ exibiu uma homenagem a comprovação da inocência da Família Souza. Na ocasião, você se referiu a um ex-governador e atual senador, sem citar nomes. Após 14 anos de injustiça, como foi saber que sua família foi inocentada por decisão da Justiça?


Willace: Quem assistiu ao programa em homenagem viu a minha emoção, sabe o quanto que eu lutei. Eu que desde os meus 14 anos de idade fui alvo das mais perversas ofensas, do maior sofrimento que um jovem, um adolescente pode passar, e aí a decisão foi como tirar um grande peso das cotas.

E naquele momento, eu afirmo que são novos sonhos, novos objetivos, novo momento porque o que passou já passou, mas isso tem que ficar marcado na história, não pode ser esquecido para que não aconteça com outras pessoas, para que outras pessoas nãos sejam perseguidas pelo estado, para que uma família não sofra perante um estado inteiro.


A nossa principal intenção hoje é justamente mostrar que somos pessoas íntegras, honestas, que não devemos nada a ninguém.

E aquele programa foi realmente um momento especial, onde o meu irmão tinha acabado de ser inocentado, os meus tios também foram inocentados na véspera da estréia do programa, no ano passado.

Então eu vejo tudo isso como um caminho que o nosso Senhor Jesus Cristo tem para a gente, ele vai mostrando, tudo vai acontecendo no tempo certo, Deus não falha e nem demora a dar resposta, Ele vem na hora certa.

A inocência dos meus tios veio na véspera da estréia do meu programa e o meu irmão foi inocentado, com o programa na TV atingindo milhares de pessoas, isso foi como se Deus me entregasse uma benção e falasse: ‘agora pega essa benção e mostra para o mundo’. É isso que me deixou muito emocionado, porque tudo o que Deus fez foi maravilhoso até então na minha vida.

AM1: O algoz da sua família, o responsável por toda essa história que prejudicou todos vocês é o senador Eduardo Braga? Você tem mágoa dele?

Willace: O povo do estado do Amazonas sabe de quem eu estou falando, o povo do estado do Amazonas sabe quem é e sabe o que eu penso (sobre isso).

AM: Em relação ao programa, como você se sente apresentando uma releitura de um programa que foi um sonho do seu pai?

Willace: Muitas pessoas falam: ‘Ah, Willace você não construiu a sua própria história, você está como uma muleta, o teu pai é como se fosse uma muleta para você’ e não é. Qualquer filho faria o que eu faço, se o pai de qualquer pessoa fosse injustiçado, fosse maltratado, morresse em circunstâncias de uma grande perseguição que a gente viveu, eu diria até que uma das maiores perseguições que esse país já viu, faria a mesma coisa que eu fiz.

Eu estou dando continuidade ao trabalho, eu estou trazendo as minhas opiniões, eu estou mostrando o meu jeito de apresentar o programa


A gente faz um programa parecido, mas eu não sou o Wallace, eu sou o Willace, meu nome é Willace Oliveira de Souza, o nome do meu pai é Francisco Wallace Cavalcante de Souza.
O meu pai construiu o seu legado, a sua história, eu mantenho o legado dele e construo a minha própria história, faço o meu próprio papel, mostro as minhas opiniões, eu não paro de mostrar para as pessoas quem eu sou, o meu lado.

Eu sou um cara extrovertido, sou brincalhão, eu faço um podcast, onde eu não preciso ser tão formal, o quanto eu sou no programa. Para mim, estou construindo a minha própria história nesse programa agora e para mim é uma honra ser uma pessoa da família Souza a continuar esse legado como uma forma de homenagear. Inclusive, o início do programa, a vinheta de abertura ele ainda aparece, ele fala e eu quero permanecer assim por muito tempo para fazer sempre essa homenagem a ele, que foi a pessoa que criou o programa ‘Canal Livre’, ele criou projetou, iniciou a nossa história política, então nada mais justo do que fazer essa homenagem ao Wallace Souza.

Leia mais: Bolsonaro lança slogan: ‘sem pandemia, sem corrupção, com Deus no coração. Ninguém segura esta nação’

AM1: Agora vamos falar um pouco sobre como você atualmente o cenário político local e nacional?

Willace: Atualmente, na minha análise na situação do estado do Amazonas é que nós temos um Governo que infelizmente começou com muitas porradas, acho que o governador Wilson Lima quando chegou foi ainda sem a aquela experiência de conseguir lhe dar com pessoas fortes, com inimigos, com pessoas que já são acostumadas com o poder.

Willace Souza pode vir a ser mais um nome na dispusta
Acredito que, hoje, o Wilson ‘pegou o fio da meada’, está caminhando bem

O Wilson é uma pessoa que partiu de um apresentador de televisão e assumiu o estado inteiro nas mãos, tendo que lhe dar com pessoas que ele nunca tratou antes, não teve esse jogo de cintura. Então, no início do mandato do Wilson, ele teve essa dificuldade, mas logo quando ele pegou corpo, se situou na cadeira de governador e viu que o jogo era de perseguição, um jogo feroz, violento, agressivo, ele se portou como governador bateu na mesa e disse: ‘sou eu que mando no Governo’, a minha visão é essa.

Tem as questões que a gente cobra muito aqui no programa, eu cobro, nunca vou passar a mão na cabeça do governador aqui no programa, nunca esse será o nosso intuito, mas eu também consigo reconhecer o trabalho do Governo do Estado, que de uns anos para cá melhorou muito, bastante, a gente não vê mais notícias de escândalos, teve a pandemia, que nenhum outro governador na história do Amazonas viveu, porque é muito fácil você está da platéia, assistindo e falar: ‘eu faria melhor, eu faria muito melhor que ele’, isso é muito fácil.

Agora ir lá assumir a cadeira de governador, assumir todo um estado é diferente, então a gente tem que ter um pouco de consciência, empatia, porque ser governador não é tão fácil assim.

Acredito que, hoje, o Wilson ‘pegou o fio da meada’, está caminhando bem. A gente tem duas pessoas aí que já foram governadores, já tiveram os seus momentos, mas não vejo mais espaço para esse tipo de governo ultrapassado, de anos anteriores, então enxergo muito que é bem melhor uma pessoa que assume os seus erros e tenta fazer melhor, do que uma pessoa que não assume, que continua errando, finge que melhorou, mas não melhorou, por isso:

Prefiro uma pessoa que tenha cara e boa vontade para fazer algo de melhor pelo estado do Amazonas


Já na situação do Brasil, a gente vê uma polarização entre direita e esquerda. Eu tenho uma visão muito mais conservadora nesse aspecto, sou um cara totalmente contrário ao ex-presidente Lula, mas ressalto aqui também, vários programas sociais que ajudaram pessoas que não tinham comida na sua mesa, mas que muitas das vezes acabaram colocando essas pessoas como dependentes ao extremo do Governo, então é aquela situação que a gente diz: ‘não pegue o peixe e dê para a pessoa, dê a vara para que ela pesque. A gente tem que estimular as pessoas a pescarem.


Programas como o FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), por exemplo, é um programa muito bom do governo Lula, governo Dilma, é excelente, apesar de ter toda a contrariedade do governo, recheado de escândalos que foi o governo petista, é algo que é positivo, foi positivo, porque quando você coloca uma pessoa da classe baixa, D e E, que não tem acesso à comida, vende almoço para comer a janta, que passa muitas dificuldades e ter acesso a uma cadeira na universidade é dar oportunidade.


E a gente vê o governo Bolsonaro se empenhando sempre em ser transparente nessa questão. A gente vê inúmeros benefícios que o governo vem trazendo, questão de infraestrutura, questão econômica. Tivemos agora uma série histórica, o desemprego reduziu, um desemprego altíssimo que veio do governo petista, a gente baixou para 10,5 milhões de pessoas, que infelizmente ainda estão desempregadas, mas é um processo e como eu falei, nenhum outro presidente da república, nenhum outro governador passou por uma pandemia e o Brasil está maior até do que a Índia, em relação ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

Então assim, a gente consegue notar que o país está se desenvolvendo, continuou crescendo e eu espero, tenho muita expectativa que cresça muito mais.
Eu não sou aquele cara que é fanático, que tem um político de estimação, eu nunca apoiei isso e quem vê as minhas posições sabe disso, mas sou um cara que gosta de cobrar e analisar da minha forma. Eu não pego nenhuma opinião de outra pessoa e uso como minha, eu vou, assisto, estudo, leio, acompanho e formo a minha opinião.

A minha opinião hoje é essa nesse cenário, infelizmente essa polarização gera muita desunião, têm pessoas que nem procuram saber sobre as outras ideologias, conhecer, por isso, a minha opinião é essa, em reconhecer alguns programas do PT, mas reconheço também alguns programas de governo do presidente Jair Bolsonaro e entre PT e Bolsonaro, eu prefiro o Bolsonaro.

AM1: Comente também um pouco sobre a polêmica em torno da redução de IPI no Brasil que atinge diretamente a Zona Franca. Qual a sua opinião?

Willace: O que acontece com a Zona Franca é muito simples, toda redução de imposto é válida, melhora a economia quando se reduz. O imposto tira (dinheiro) do bolso do contribuinte, tira da pessoa que trabalha, pessoas que geram empregos, gente que tem o seu salário suado tem que pagar imposto, paga muito imposto, então a redução e válida. O problema é que infelizmente essa redução atinge a Zona Franca de Manaus e porque atinge, além de gerar todo um desespero? Porque a Zona Franca de Manaus sempre foi utilizada como um palanque político, todo ano de eleição a Zona Franca fica ameaçada e aparece um salvador da pátria, as pessoas que acompanham sabem disso. O que deveria ter sido feito há muitos anos, não há quatro anos, era ter buscado uma nova matriz econômica, econômica, seja ambiental, turística.


No estado do Amazonas, a gente pisa no ouro, a nossa floresta amazônica têm várias formas de ser sustentável e a gente conseguir tirar da nossa floresta os benefícios econômicos dela, temos minérios e muitas outras riquezas, pisamos no ouro e o nosso povo passa fome, vive em palafitas, vive sem saneamento básico, vive na dificuldade. Então, o ideal era que os antigos governantes já tivessem buscado alguma alternativa econômica para que a gente não fique sempre nessa ameaça da Zona Franca.

Só que enquanto a Zona Franca ainda gerar interesses políticos, ainda for eleitoral a gente vai viver dependendo da Zona Franca e todo ano de eleição ela será ameaçada de sair da cidade de Manaus e conseqüentemente, o país inteiro sofre porque a gente não pode baixar imposto, porque Manaus vai sofrer. Temos que dar acessibilidade para Manaus, a nossa logística ser facilitada, conseguir chegar aqui de carreta, vir do Nordeste, do Sul por estrada e não só por balsas e aviões, e é isso que encarece toda a nossa vida na cidade de Manaus e no estado do Amazonas.

AM1: Você disse que até o momento, o candidato da família é o ex-deputado Carlos Souza, mas se por acaso, você for definido como o candidato, como pretende contribuir na Aleam para levar melhorias à população. Se obtiver êxito, manterá um gabinete de portas abertas para o povo?

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Willace: Eu tenho certeza que até as pessoas que não gostam da minha família, sabem ou já ouviram falar que a Assembleia Legislativa tinha um único gabinete de portas abertas, que era o do Wallace Souza, tinham filas de pessoas, os servidores da Assembleia são prova disso. Tinham filas de pessoas para iam ao gabinete do Wallace porque sabiam que iriam ser atendidas e hoje o que a gente encontra é uma Assembleia Legislativa fechada para o povo, o povo está lá fora, eles não entram mais nos gabinetes, é uma dificuldade para acessar um gabinete de um deputado.

Então como assim? A Assembleia é a casa do povo e o povo não pode acessar um gabinete de um deputado? Então é uma das coisas que eu quero resgatar, que é uma questão da nossa família, uma questão da nossa forma de trabalhar, que sempre foi essa. Se for eu, o Carlos vai ser do mesmo jeito e se o Carlos não fizer isso eu vou lá puxar a orelha dele, com todo respeito ao meu tio, mas eu vou lá.
Já na questão política na Assembleia Legislativa, o meu intuito é redução de impostos, desburocratização do estado, é poder trazer investimentos para o estado do Amazonas.

As pessoas ainda olham muito um deputado que chega e diz: ‘olha eu já fiz tantos projetos de lei’ e isso não é positivo, isso é negativo porque gera muito mais burocracia para o nosso estado. Então, eu tenho muita visão de desburocratização do nosso estado, de trazer soluções que visem favorecer a juventude, o esporte.

A conexão da sociedade com o parlamentar tem que sem intensa, imediata, não tem que te intermédio, tem que ser porta aberta. As pessoas têm que ser atendidas e se vier ao caso de eu ser candidato, o meu trabalho será esse de desburocratizar. O que eu quero trazer para as pessoas é uma forma liberal de trabalhar, mostrar para elas que dá para fazer um mandato transparente, que dá para trazer para as pessoas oportunidades, mostrar para elas o que acontece dentro da Assembleia Legislativa porque a gente tem essa história, meu pai passou dez anos dentro daquele lugar, temos uma história muito bonita, de muita luta ali dentro.

Fotos: AM1

O meu pai foi o autor da CPI (Comissão Parlamentar e Inquérito) do sistema prisional, CPI de Coari e gerou inúmeros desafetos, mas é o preço que eu pagaria de ser uma pedra no sapato de quem estiver fazendo qualquer tipo de corrupção, seguir os passos do meu pai em ser duro com a criminalidade, duro contra a corrupção e contra qualquer outra coisa que eu não achar que seja certo. Então, como sou uma pessoa que tenho total consciência do que é certo e do que é errado, eu sei muito bem pelo que eu vou brigar lá dentro e eu vou brigar sempre pelo que é certo e eu tenho certeza que o que eu acho certo, a sociedade, o estado do Amazonas também acha.