Manaus, 17 de maio de 2024
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Cidades

Escolas de Manaus mantêm alerta, nesta quinta-feira, após ameaça de atentado

Forças de segurança reforçaram patrulhamento nas portas das escolas para coibir possíveis ataques violentos

Escolas de Manaus mantêm alerta, nesta quinta-feira, após ameaça de atentado

Guarda Municipal foi destacada em todo seu efetivo para patrulhamento nas escolas (Foto: Divulgação / Semseg)

Manaus (AM) – Uma possível onda de ataques a escolas vem causando apreensão entre pais, mestres e alunos de Manaus. Os possíveis ataques já estão sendo vistos como “massacres agendados” e na manhã desta quinta-feira (20) foi comum ouvir nas ruas e nas redes sociais que é dia das crianças ficarem em casa.

A Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg) informou que emprega, nesta quinta-feira (20), todo o efetivo da Guarda Municipal para permanecer em estado de alerta máximo na proteção do ambiente escolar municipal. 

A operação integra o esquema de segurança montado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM) e atuará em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), patrulhando e visitando escolas durante todo o dia.

As escolas públicas municipais e estaduais terão aulas normais. A Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc), que integra o recém-criado Comitê Interinstitucional de Proteção, Monitoramento, Guarda e Segurança Escolar, promoverá o “Dia D” pela Cultura de Paz.

“O objetivo é proporcionar aos estudantes, aos docentes e comunidade, em geral, o engajamento na construção de ações coletivas de superação, respeito, harmonia e cidadania”, informou a titular da pasta de educação do Amazonas, Kuka Chaves.

Particulares optam por aulas remotas

Pelo menos para as escolas da rede particular as aulas on-line serão a resposta mais segura para os possíveis atentados. De um total de 115 escolas particulares associadas ao Sinepe-AM (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas), 75 (65%) aderiram a aulas remotas nesta quinta-feira.

Em Instituições de Ensino Superior (IES) particulares, não houve suspensão de aulas. Uma das mais conhecidas redes de faculdades, como várias unidades no Centro de Manaus, anunciou medidas de reforço na segurança, afirmando que todo o processo será conduzido de forma discreta e respeitosa.

A instituição também afirma que o aluno que decidir não ir às aulas não terá prejuízo acadêmico. As demais redes procuradas pelo AM1 afirmaram que as aulas ocorrerão normalmente.

UEA em recesso

A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) publicou a portaria Nº 339/2023, assinada pelo André Luiz Nunes Zogahib, em que cita o “clima de insegurança instaurado por meio das redes sociais, com ameaças de possíveis atentados às instituições de ensino brasileiras” e resolve suspender, com exceção da reitoria, as atividades administrativas e acadêmicas.

Medidas de segurança geram debates

Na segunda-feira (17), as unidades de ensino da Secretaria Municipal de Educação (Semed) passaram a contar com 350 Agentes de Portaria (AGPs), contratados pela Prefeitura de Manaus, monitorando a entrada dos estudantes com detector de metal, cumprindo uma determinação judicial.

Em entrevista ao AM1, no último dia 12, o secretário municipal de Segurança Pública, Sérgio Fontes, reprovou algumas medidas que estão sendo sugeridas por políticos, e até implantadas em alguns colégios, para aumentar a segurança nas escolas.

Segundo Fontes, “vigilantes armados em escola não resolvem o problema; primeiro que eles estão lá e vão ser alvo de criminosos que vão lá buscar armas, a gente já viu isso acontecer. Eles são caros. Eles vão tirar uma boa parte do orçamento minguado da Educação”, disse.

Ainda assim, Fontes defendeu o patrulhamento policial nas escolas, uma vez que os agentes públicos de segurança podem circular com as armas e não precisam deixá-las na escola, ao contrário dos vigilantes armados.

Rebatendo as críticas do secretario municipal, o doutor em segurança e professor de Gestão de Segurança Privada, Oswaldo Ribeiro, também em entrevista ao AM1, defendia o patrulhamento armado nas escolas. “A arma é o último recurso. A legítima defesa só se caracteriza quando a vida está em risco. Policiais, vigilantes armados estão treinados para isso”, disse.

Paranoia e histeria

A data escolhida para os supostos ataques coincide com o tiroteio em uma escola de Columbine (EUA), em 1999, que deixou 15 mortos e com o nascimento de Adolph Hitler em 1899. Estes eventos históricos poderiam ser gatilhos (agentes externos capazes de provocar reação nas pessoas) para os atentados supostamente agendados para hoje.

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