Manaus, 10 de maio de 2024
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Cidades

Dia das Mães: matriarcas compartilham histórias de luta, emoção e representatividade em Manaus

O Portal AM1 conversou com mães manauaras que relataram as suas histórias de amor materno

Dia das Mães: matriarcas compartilham histórias de luta, emoção e representatividade em Manaus

Foto: TV AM1

Manaus – Lembranças, representatividade, empoderamento e emoção. O Dia das Mães é uma data celebramos e exaltamos as matriarcas e destacamos a importância delas para a criação. Em comemoração a essa data, o Portal AM1, convidou mães com diferentes histórias para compartilhar as suas perspectivas de vida e, é claro, o amor de mãe.

Com o sonho de se tornar mãe no auge dos 35 anos, a assistente social Ingrid Mikaely engravidou em um momento de luto na família, meses após a morte da avó materna. Apesar da dor da perda, a alegria tomou conta dos familiares logo após saberem que um bebê estava a caminho.

“Você sente quando você concebe a criança. Naquele momento eu fiquei bem nervosa para contar para minha mãe. Tinha acabado de perder a minha avó no período da pandemia, foi em um momento delicado para nossa família, mas também um momento de felicidade”, disse.

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Foto: TV AM1

Com um sonho sendo realizado, ela contou que também sentiu muito medo, uma fez que Manaus estava passando pela segunda onda da pandemia da covid-19, na época em que a cidade enfrentou a crise de oxigênio, que tirou a vida de dezenas de pessoas. Com as unidades de saúde entrando em colapso, ela precisou ficar internada em um hospital público, passando pelo mesmo corredor que pacientes infectados pelo vírus.

“A maternidade em que eu estava era referência de cuidar das gravidas com covid-19, e estávamos no segundo pico da pandemia. O risco era grande, tive muito medo, toda hora eu chorava, porque eu entrei mas não sabia como iria sair. Mas tinha a certeza que iria sair com meu filho no colo”, contou.

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De fato, no dia 9 de janeiro, Ingrid deu à luz ao primeiro filho, e apesar de ter toda a preocupação se seria uma boa mãe ou como estaria o cenário do mundo por conta da pandemia, todos os pensamentos foram embora quando ela escutou o choro do filho pela primeira vez.

Foto: Arquivo Pessoal

Como espelho, ela se inspira na criação que recebeu da mãe. Com dois filhos e sozinha, a mãe de Ingrid cuidou e cuida até os dias atuais dos filhos. Agora com o filho único com um ano, ela vai comemorar o segundo Dia das Mães, sendo mãe solo e ressaltando que tem orgulho de criar o primogênito sozinha.

“Eu via minha mãe criar eu e meu irmão sozinha com um salário de professora, e não sentimos falta e nada. Minha mãe teve empoderamento feminino de criar os filhos sozinha. Sou mãe solo, tenho orgulho disso e digo para minha mãe que daqui para o futuro vou lutar com unhas e dentes pelo meu filho”, destacou.

Mil funções

Mais uma história de batalha e conquista é contada por Maria Fernandes, 47 anos, uma das nossas personagens para contar a sua experiência de amor, força, coragem e principalmente de muita cumplicidade. Em seu local de trabalho, Maria Fernandes, abre seu coração para explanar o maior amor dado para a sua vida.

Maria, conta que se considera uma mãe mil e uma funções (assim como todas as mães), além de afirmar ser uma dadiva e um presente de Deus ser mãe. Sua maior inspiração para ser a mãe forte que hoje é, “minha maior inspiração é a minha mãe, minha rainha, uma mulher guerreira que criou 7 filhos sozinha, trabalhando dia e noite para sustentar a todos”.

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Foto: TV AM1

Por ter essa grande inspiração em sua vida, Fernanda conta que seu maior sonho foi de ser mãe e que felizmente pode conseguir realizar esse sonho, seus filhos Anderson de 27 anos, André Matheus de 15 anos e a Geovana de 9 anos.

“Estou muito feliz por ter realizado esse sonho de ser mãe, pois é uma dadiva, presente de Deus. Por principalmente passar por essa fase de ser mãe e poder gerar aquele filho ou até mesmo de poder adotar e é isso que nós move e inspira, o amor de todo dia correr atrás de uma melhoria para os meus filhos”, afirmou.

Para Maria Fernanda, é importante que as mães consigam ser amigas, conselheiras, psicólogas, mas principalmente aquela que possa colocar os limites necessários e seguindo sempre a palavra Deus.

Saudades eternas

Passando pela data pela primeira vez desde a morte da mãe, a cozinheira Odete Normando não tem tantas expectativas para comemorar o dia, mas destacou que precisa ser sua a figura materna de força para os filhos.

“Sou a mãe e preciso buscar forças nessa hora, vai ser difícil, mas tem que ser assim”, disse. Ela contou que as melhores recordações que tem da mãe são sempre dela sorrindo, uma vez que, apesar dos problemas enfrentados por ela, não expressava tristeza.

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“Minha mãe amava comemorar o Dia das Mães, aliás, todas as datas comemorativas ela gostava, ela era muito feliz. Ela tinha os problemas, mas nunca afetava a felicidade dela, nunca havia tristeza”, declarou.

Foto: Arquivo Pessoal

Odete afirmou que a mãe era temente a Deus e acreditava em vida após a morte, por isso, ela tem a certeza que de onde estiver, a mãe estará recebendo todas as homenagens que serão feitas, não somente no Dia das Mães, mas todos os dias.

“Minha mãe vai receber todas as homenagens, ela em vida acreditava muito em Deus. De onde as pessoas que ela achava que estavam quando morriam, elas viam o que fazíamos por elas, e nisso que eu me apego. Quero acreditar que seja assim porque é bem melhor para o coração, tristeza nunca vai combinar com a minha mãe”, comentou.

Mesmo com baixas expectativas para comemorar o dia, ela destacou que é uma alegria ver a família reunida. Para Odete, as recordações da data comemorativa são as melhores, principalmente quando os filhos eram crianças.

Foto: TV AM1

“Tenho várias recordações, inclusive uma que eu recordo dos meus filhos na terceira série e vieram com um coraçãozinho, olhava para o lado e para o outro e todas as mães chorando. Foi muito bom, Dia das Mães é isso, muita emoção”, disse.

A data também se torna mais emotiva para ela pela realização da filha, que também se tornou mãe. “Minha filha sempre quis ser mãe, para mim é outro sonho completo. Ela sempre dizia que na idade que eu tive ela, ela queria ter uma filha. Para ela sempre foi o maior sonho realizado e a felicidade dela é o que importa, não só dela, mas de todos os meus filhos”, afirmou.