Manaus, 20 de maio de 2024
×
Manaus, 20 de maio de 2024

Brasil

Indígenas do AM participam do Acampamento Terra Livre em Brasília

Cerca de 200 representantes de diversas etnias do Amazonas marcaram presença no evento e cobraram por demarcação de terras, saúde, educação e segurança dos povos indígenas

Indígenas do AM participam do Acampamento Terra Livre em Brasília

Indígenas do AM participam da 19ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização dos povos indígenas do Brasil (Foto: Wal Lima/AM1)

Brasília (DF) – A 19ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização dos povos indígenas do Brasil, que iniciou na manhã de segunda-feira (24), em Brasília, contou com a participação de 200 indígenas de diversas etnias do Amazonas, representando as regiões do Vale do Javari, Alto Rio Negro, Alto Solimões, Madeira e Purus.

Com a mensagem “o futuro indígena é hoje, sem demarcação não há democracia!”, a manifestação ocorre até a próxima sexta-feira (28) e reforça a importância da demarcação de terras indígenas no país, paralisadas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“A demarcação de Terras Indígenas (TI) é um direito ancestral previsto na Constituição Federal. Aqueles que invadem uma TI destroem as florestas e atacam indígenas, que há mais de 500 anos lutam pela proteção das suas famílias, culturas e terras. Não queremos falar somente do que pode acontecer daqui a quatro anos ou oito anos. Agora que meus parentes estão sendo assassinados, a democracia está sendo desrespeitada e as mudanças climáticas estão sendo agravadas”, pontuou o coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Dinamam Tuxá.

O ATL existe desde a ocupação de indígenas do sul do Brasil, na frente do Ministério da Justiça, em 2004. Neste ano, o foco é resgatar o tópico da demarcação de terras indígenas, estagnado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), e reivindicar o fim das violências contra povos indígenas e o decreto de Emergência Climática.

“Foi um retrocesso de direitos. Os nossos territórios estão sendo invadidos por pistoleiros, jagunços, onde há uma área de retomada. E, hoje, temos, a nossa frente, um ministério, para que possamos nos sentir, de certa forma, abraçados, em relação aos nossos territórios, porque a principal demanda do movimento indígena é a questão da territorialidade mesmo, é a demarcação, o reconhecimento das nossas terras e o respeito ao modo de vida que queremos ter nos nossos territórios”, disse a coordenadora executiva da Apib,Val Eloy Terena.

Programação

De acordo com a coordenação do Acampamento Terra Livre, a programação seguirá até sexta-feira (28) com plenárias, rituais indígenas, lançamento de livros e, até mesmo, uma vigília em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Veja a programação completa:

Terça-feira – 25/04

Ritual de abertura

8h – 10h | Plenária: Parentíssimos e Parentíssimas: Autoridades Indígenas no Movimento e no Governo

10h – 12h | Plenária: Campanha Indígena

14h – 17h | Plenária: Mulheres Indígenas

17h – 18h | Plenária: Parentes LGBT+: Decolonizando (r)existências

20h | Noite Cultural

Quarta-feira – 26/04

Ritual de abertura

8h – 8h10 | Lançamento de livro: APOINME 30 anos

8h10 – 9h25 | Plenária: Educação Escolar Indígena

9h25 – 10h25 | Plenária: Saúde Indígena

10h35 – 12h | Plenária: Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas

14h | Retomada do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas

14h15 – 16h | Plenária: O futuro indígena é hoje: sem demarcação não há democracia! Povos Indígenas Decretam Emergência Climática!

16h30 | Marcha e Ato: Povos Indígenas Decretam Emergência Climática

19h | Vigília STF contra o Marco Temporal

21h | Noite Cultural

Quinta-feira – 27/04

Ritual de abertura

8h – 8h10 | Lançamento do Relatório: “Impactos da produção de commodities agrícolas às comunidades Avá-Guarani da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá/Oeste do Paraná”

8h10 – 9h10 | Plenária: A importância da Comunicação e tecnologia Indígena na decolonização, denúncia e luta

9h10 – 10h10 | Plenária: Juventude Indígena na luta pelo fortalecimento identitário

10h10 – 12h | Plenária: Isolados ou dizimados: Povos indígenas em isolamento voluntário
11h – 12h | Plenária: Comissão Nacional da Memória e Verdade Indígena

14h – 16h | Plenária: O julgamento do Marco Temporal e suas implicações no direito dos povos indígenas

15h50 – 16h | Chamado para o acampamento do Marco Temporal

16h – 18h | Marcha pela Terra: Movimentos Sociais em defesa da democracia

20h | Noite Cultural

LEIA MAIS: