Manaus, 15 de maio de 2024
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Cidades

Indígenas elevam cultura e esporte em II Olimpíada Sateré-Mawé no Amazonas

Crianças, jovens e adultos indígenas participam de competição do jogos tradicionais em aldeia no interior do Amazonas

Indígenas elevam cultura e esporte em II Olimpíada Sateré-Mawé no Amazonas

Aldeia Ponta Alegre, em Barreirinha (Foto: Arquivo pessoal)

Arremesso de lança, mergulho e canoagem são algumas das modalidades praticadas na II Olimpíada dos Jogos Tradicionais Sateré-Mawé, no Amazonas. Desde janeiro, indígenas da aldeia Ponta Alegre, no município de Barreirinha, desenvolvem atividades esportivas e culturais.

As competições ocorrem todas as quartas-feiras e são organizadas pela associação Arawa Ypy e a Escola Municipal Prof. Rosa Cabral, com o apoio da prefeitura do município e moradores da região. A Olimpíada segue até 19 de abril.

Conforme a professora Marilucia Menezes, uma das coordenadoras do projeto, nove equipes, cada uma composta por 16 competidores, participam dos jogos. Crianças, jovens e adultos integram as equipes.

“Em todas as modalidades que já foram realizadas, nós presenciamos bons competidores e o esforço dos líderes de cada equipe em pontuar”, afirmou.

Ela destaca que os jogos têm a finalidade não só de promover o esporte, mas também manter viva a cultura dos povos originários e boas práticas sociais.

“Essa olimpíada tem o objetivo da valorização da nossa cultura Sateré-Mawé, através de nossas práticas culturais e também nós trabalhamos os valores, o respeito para com o outro, você se colocar no lugar do outro. Trabalhamos também a disciplina, o que você pode fazer e o que você não pode fazer. Trabalhamos a autoestima das pessoas através das reflexões”, frisou.

A professora explica que cada equipe é responsável por fazer uma reflexão sobre temas como o bullying, a depressão, poluição ambiental, entre outros problemas que afetam a realidade local.

“A Olimpíada não está voltada somente para parte esportiva mas, sim, num conjunto de ações que venham beneficiar o bom desenvolvimento da nossa comunidade”, afirmou a professora.

Um dos líderes de equipe, Raifran Menezes destaca a importância dos jogos para a comunidade. “A gente como indígena não tem que deixar nossa cultura indígena, se não a gente perde. É tão gratificante essa realização dos jogos”, afirmou.

Um dos jovens participantes da Olimpíada, Rorenilson, da etnia Sateré-Mawé, conta como os jogos ajudam a resgatar a identidade original da aldeia:

“Nunca tinha me pintado, vestido esse coca e, agora, estou assim, igual nossos antepassados e está sendo muito bom”, afirmou.

Veja o vídeo enviado ao Portal AM1:

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