Manaus (AM) – Em publicação divulgada nas redes sociais, o influenciador digital Agenor Tupinambá informou, na noite dessa quinta-feira (20), que a capivara Filó não será mais entregue ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos (Ibama).
A decisão, contudo, não é definitiva. O órgão ambiental informou que ainda vai averiguar o caso para tomar as medidas cabíveis.
Agenor ficou conhecido nacionalmente por mostrar seu dia a dia com o animal silvestre, através das redes sociais, no município de Autazes, no interior do Amazonas.
Contudo, na última quarta-feira (19), o influenciador foi notificado a entregar a capivara para o Ibama e pagar mais de R$ 17 mil em multas ao órgão ambiental, que alegou “prática de maus-tratos contra animal silvestre” envolvendo um outro animal que estava sob a posse de Agenor.
Já a possível “vitória” no caso foi divulgada nas redes sociais, em publicação conjunta com Agenor, pelo deputado federal de São Paulo, Felipe Becari, que apoiou a causa.
No restante da publicação, o deputado federal seguiu dando orientações sobre o cuidado que se deve ter ao tratar animais silvestre e destacou que “animal silvester não é pet”.
No caso de Agenor, no entanto, ele destaca que “o animal vive em seu habitat natural, não foi tirado, nem encarcerado e, embora algumas condutas devam ser ajustadas (como o tipo de conteúdo produzido), ela está lá e assim continuará, pois vive em liberdade”.
Tanto o deputado como Agenor agradeceram o apoio de outros parlamentares que abraçaram a causa, como a deputada estadual Joana Darc (UB-AM), e o deputado federal do Ceará, Célio Studart.
‘Vitória’ não é definitiva
O Portal AM1 procurou o Ibama para confirmar a informação, mas até a publicação da matéria, não obteve resposta.
Em nota divulgada, o órgão informou que “não retirou até o momento nenhum animal que está em posse de Agenor Tupinambá. O Ibama irá, primeiramente, realizar uma diligência para averiguar o estado de saúde e condições dos animais. A partir de laudos técnicos dos fiscais, o Ibama tomará as medidas legais cabíveis”.
O Ibama também afirmou que “defende, por determinação legal, que animais silvestres sejam mantidos em vida livre” e que “por mais que as pessoas acreditem estar tratando bem um animal silvestre, mesmo que ele tenha sido resgatado, está indo de encontro a natureza do animal, que é de conviver com os seus em liberdade”.
Veja a nota completa do Ibama:
“Durante operação de combate a irregularidades relacionadas ao uso da fauna silvestre realizada em todo o país, o Ibama identificou perfis em redes sociais nos quais está caracterizada exploração indevida de animais.
Uma delas, feita no dia 18 de abril, ganhou repercussão nacional, – o caso do influenciador digital Agenor Tupinambá.
O jovem estudante de agronomia ficou conhecido por publicar vídeos em que interage com animais silvestres da Amazônia como cobras, capivara, preguiça-real, paca, papagaio, entre outros.
Ao analisar o conteúdo das redes sociais do estudante, agentes ambientais do Ibama constataram que os animais eram retirados da vida livre e exibidos em situações incompatíveis com os hábitos das espécies como por exemplo banho com produtos de higiene humana, uso de roupas e ornamentos.
Devido a essas publicações onde Agenor aparece interagindo com animais silvestres, ele foi autuado por quatro motivos:
1 – Morte de uma preguiça-real, situação confirmada por Agenor;
2 – Prática de maus-tratos contra animal silvestre (preguiça real);
3 – Uso de espécimes da fauna silvestre sem a devida permissão de autoridade competente (capivara e papagaio);
4 – Exploração da imagem de animal silvestre mantido em situação de abuso (capivara) e irregularmente em cativeiro.
Ao autuar o jovem por práticas proibidas na legislação ambiental, o Ibama cumpre o papel de resguardar a fauna silvestre brasileira. A divulgação de imagens do uso de animais selvagens como animais domésticos estimula a vontade de as pessoas retirarem esses animais do seu habitat natural e, principalmente, incentiva o tráfico de animais silvestres.
Diante da situação, internautas saíram em defesa do jovem por acreditarem, com base no senso comum, que os animais estariam sendo bem tratados. No entanto, a introdução de hábitos típicos de ambiente doméstico em espécies silvestres inviabiliza capacidade de sobrevivência na natureza.
O Ibama defende, por determinação legal, que animais silvestres sejam mantidos em vida livre, onde prestam serviços ambientais de importância incalculável para a manutenção de um meio ambiente equilibrado.
É bom esclarecer que o jovem foi multado pela morte da preguiça-real que estava em sua posse, fato vastamente divulgado nas redes sociais. Outra notificação do Ibama ao jovem foi o uso de imagens de animais silvestres com monetização pelas redes.
O Ibama não retirou até o momento nenhum animal que está em posse de Agenor Tupinambá. O Ibama irá, primeiramente, realizar uma diligência para averiguar o estado de saúde e condições dos animais. A partir de laudos técnicos dos fiscais, o Ibama tomará as medidas legais cabíveis.
Também é importante deixar claro que por mais que as pessoas acreditem estar tratando bem um animal silvestre, mesmo que ele tenha sido resgatado, está indo de encontro a natureza do animal, que é de conviver com os seus em liberdade.
No caso de resgate de animais silvestres encontrados na natureza machucados ou filhotes, é necessário comunicar a posse para as instituições competentes e, assim, definir com base na lei o destino do animal silvestre.“
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