Manaus, 19 de maio de 2024
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Manaus, 19 de maio de 2024

Cenário

Manaus e o surto de execuções no crime organizado: desafios

Manaus e o surto de execuções no crime organizado: desafios

(Carlos Bolívar / Amazonas1)

Com uma média de 5,5 assassinatos ao dia – se contabilizados somente os casos noticiados pela imprensa local –, a capital do Amazonas soma, pelo menos, 150 execuções em 60 dias, causadas pela disputa do tráfico de drogas. A média é quase o dobro do registrado, em 2018, pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), de três mortes violentas/dia.

Mas o agravante não está só nas estatísticas. O ‘modus operandi’ dos assassinos empresta os requintes de crueldades do penúltimo motim no sistema prisional do Estado, em 2017, e relembra o ‘start’ do poderio das facções em Manaus, 2010, quando corpos de traficantes foram encontrados esquartejados em malas na orla da capital, dando o recado a quem ousasse interferir nos planos dos chefes do crime organizado.

Há quem defenda os assassinatos entre os bandidos, como se isso não mostrasse falta de controle do Estado e, consequentemente, a vulnerabilidade das famílias que em algumas partes da cidade são submetidas a toque de recolher e até são retiradas de suas casas para dar lugar às ‘filiais’ do tráfico.

De quem é a culpa?

Especialistas em políticas públicas não encaram a polícia como a única culpada pela tomada do crime organizado em Manaus. Para muitos, o problema deve ser enfrentado na base. Nessa tese, a falta de perspectivas entre os jovens e a desestrutura familiar seduz soldados para o tráfico.

Sem vitimização

Outra tese é que a exemplo do que ocorreu nas décadas de 1970 e 1980, no Rio de Janeiro, os criminosos de Manaus viram que o tráfico não era mais uma ‘atividade’ tão rentável, como disse a antropóloga Alba Zaluar. “Soube-se que assalto não dava mais tanto dinheiro”.

Planejamento

Secretário de Segurança do último governo de Amazonino Mendes (2017-2018), o coronel da Polícia Militar, Amadeu Soares, postou um vídeo, nesta terça-feira, 22, onde aborda o crescimento dos homicídios em Manaus. Para ele, falta “planejamento governamental para conter os crimes”.

Bolsonaro e Manaus

Em um vídeo gravado ao lado do superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, o presidente Jair Bolsonaro parabenizou a cidade, e disse que está no Japão para captar investimentos e grandes acordos para o Brasil, em especial, para a Zona Franca de Manaus.

Contra a polícia

Enquanto há uma onda de crescimento do crime no Amazonas, oficiais da Polícia Militar (PM) viraram notícia nacional com as denúncias de assédios a alunos e professores nas escolas estaduais administradas pela PM, como mostrou a revista ‘Carta Capital’, na edição desta semana.

Tapa no rosto

A matéria principal inicia com o caso do tenente-coronel Augusto César Paula de Andrade que deu um tapa no rosto e com arma apontada para cabeça para o professor Anderson Pimenta Rodrigues. No mês passado, esse e outros casos foram denunciados e o governo abriu sindicância.

Mitouso e R$ 65 mi

O Ministério Público do Estado (MP-AM) instaurou um inquérito civil para apurar as irregularidades durante a gestão do ex-prefeito de Coari, Arnaldo Mitouso, em 2010, apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM). Ele foi condenado a devolver R$ 65 milhões.

Wilson no Vaticano

O governador Wilson Lima (PSC) estará em Roma (Itália), na próxima segunda-feira, 28, em um evento no Vaticano, p Pan-Amazônia, que reúne representantes governamentais.

Agenda segue

Com base na agenda do governador, após o encontro do Pan-Amazônia, Wilson Lima segue para a Noruega e Alemanha.

Sob nova gestão

O governo do Estado repassou a administração das praças e parques residenciais do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim) para a Prefeitura de Manaus. A formalização do repasse ocorreu, após 12 anos das obras.

 

(*) Esse conteúdo é publicado simultaneamente na Coluna Claro&Escuro do Portal D24am e do Jornal Diário do Amazonas