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Cidades

Complexo viário do São Jorge custou R$ 63 milhões e foi mal planejado, afirma especialista

Com quatro acidentes desde a inauguração nos últimos seis meses, a construção do complexo viário Ministro Roberto Campos não considerou a constante passagem de veículos de grande porte pela região

Complexo viário do São Jorge custou R$ 63 milhões e foi mal planejado, afirma especialista

Foto: Andressa Libório- Portal Amazonas1

Desde sua inauguração, em julho deste ano, a própria Prefeitura de Manaus já contabiliza quatro acidentes de trânsito envolvendo veículos de grande porte e a alça de nível do Complexo Viário Roberto Campos, no sentido da Av. João Valério em direção a Av. São Jorge. O primeiro acidente ocorreu menos de um mês após a inauguração da obra.

A via dispõe de placas de sinalização quanto ao limite de altura da alça, porém, segundo o que nos falou o especialista e perito em trânsito, Haniery Mendonça, faltou planejamento para a edificação do complexo.

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Haniery afirma que houve falta de diálogo por parte da prefeitura, com os próprios órgãos de trânsito, durante a elaboração do projeto base para a construção do viaduto. “A estrutura está dentro da lei, todavia, os acontecimentos (acidentes) poderiam ser previstos e evitados”, afirma.

Localizado no meio da Avenida Constantino Nery, o Complexo Viário Roberto Camposo, dá acesso ao bairro do São Jorge e ao Vieiralves por meio das passagens de nível da Av. João Valério e Av. Saõ Jorge. Toda a construção custou R$ 63 milhões para os cofres públicos da capital.

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Caminhões com contêineres, cargas de madeira e até caminhões frigoríficos já colidiram e arrancaram a placa de aviso do limite de altura máxima de 4 metros que fica no acesso que dá para a avenida São Jorge e Constatino Nery.

“Pelo código de trânsito, as sinalizações estão corretas, no entanto, a respeito da circulação do veículo de grande porte, penso eu, que existem erros na elaboração do projeto em não prever ou ignorar que isso iria ocorrer, deveria ter levado em consideração que Manaus é um polo industrial”, explica Haniery Mendonça.

Segundo Haniery, toda obra da prefeitura passa por estudo técnico, em que são calculados altura e peso dos veículos que poderão passar pelo local. Além dessas pesquisas, também são levadas em consideração leis municipais, as quais proíbem veículos de grande porte ou de carga em horário de pico.

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“Essa lei municipal acaba não impactando, porque essa lei restringe o trânsito de alguns veículos com determinados pesos e medidas em horário de pico. Nesse caso, a lei é direcionada, principalmente, a empresas privadas e motoristas autônomos, que são notificados, se pegos rodando nesses horários. Nesse caso fica mais evidenciado a falta de interação de órgãos competentes, tendo em vista que os motoristas tentam respeitar esse horário”, comenta.

Custo e Benefício

O complexo viário Ministro Roberto Campos saiu mais caro, por exemplo, do que o complexo Engenheiro Luiz Augusto Veiga Soares, localizado na zona Leste em frente ao Terminal 5. Com alças subterrâneas para o bairro Armando Mendes, a Av. Autaz Mirim e em direção ao Distrito Industrial,  custou R$ 56, 3 milhões.

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Outro complexo viário que foi finalizado e saiu mais barato que o complexo da Constantino foi o 28 de Março, entregue pelo próprio Arthur em 2014. Para os cofres públicos, o complexo que liga a zona Oeste de Manaus ao Aeroporto Eduardo Gomes, Ponta Negra e Tarumã saiu, por exemplo, a R$ 24 milhões.

O que diz a prefeitura

Ao Portal AM1 a Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), respondeu que a estrutura do Complexo Viário Roberto Campos está toda sinalizada de acordo com o que determina o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). E que as alças com limite de altura de 4 metros busca proteger a tutbulação de gás que passa pelo local. Para o IMMU o que é preciso é obediência dos condutores em evitar o local se o veículo é maior que a altura permitidade.

Leia a nota na íntegra.

“Todos os acessos do complexo estão devidamente sinalizados e as duas passagens subterrâneas contam com alças de acesso laterais que possibilitam seguir o mesmo trajeto. Vale destacar que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê que todo veículo para circular na via pública deve atender a determinados limites de largura, altura e comprimento, conforme a sinalização de regulamentação existente em cada local.

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A altura limite das duas passagens subterrâneas do complexo viário Ministro Roberto Campos é de 4 metros, em respeito ao limite de segurança à existência de tubulação de gás, anterior à obra. O Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) reforça o pedido para que os condutores respeitem a sinalização para a segurança e proteção de todos”