Manaus, 18 de maio de 2024
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Cenário

Mayra Pinheiro diz que não previu falta de oxigênio em Manaus

Em depoimento à CPI, a secretária Mayra Pinheiro afirmou que, durante a visita em Manaus, foi 'impossível' prever a falta de oxigênio

Mayra Pinheiro diz que não previu falta de oxigênio em Manaus

Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado

MANAUS, AM – A secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, presta depoimento nesta terça-feira (25) à CPI da Pandemia. Em uma das perguntas feitas pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), a secretária respondeu sobre a visita que fez em Manaus, em janeiro de 2021.

De acordo com ela, a visita em Manaus ocorreu por “necessidade primordial de capacitar os recursos humanos” da capital amazonense. Sobre o colapso na saúde pública em Manaus, Mayra Pinheiro afirmou que o Ministério da Saúde se reuniu em 28 de dezembro para organizar a logística na cidade.

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Em depoimento, a secretária disse que, ao chegar a Manaus, o Ministério não conseguiu se reunir com a Secretaria de Saúde do Amazonas, pois os funcionários estavam no recesso de fim de ano. O que, segundo ela, como servidores públicos, os trabalhadores do Ministério também teriam direito a tal recesso – o que não foi possível por conta da visita na cidade.

Ela ainda destacou que a visita foi para realizar um relatório de prospecção. A secretária disse que, após o encontro com os governantes, “foram muitas demandas atendidas já no primeiro dia. Mayra Pinheiro ainda disse que tem uma história ‘intensa’ com Manaus, por essa razão, se empenhou para conseguir solucionar os problemas.

Falta de oxigênio em Manaus

A secretária afirmou que enquanto esteve em Manaus, não recebeu informações sobre a falta de oxigênio na cidade. Ela ainda destacou, também, que não houve percepção de que faltaria oxigênio em Manaus.

“Em Manaus, em uma situação extraordinária de caos, é impossível se fazer uma previsão de quanto você vai usar a mais oxigênio”, relatou Mayra.

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Questionada como médica, o presidente da CPI perguntou se ela atendeu pacientes enquanto esteve em Manaus e a secretária negou. “É uma historia da sua vida e você não atendeu nenhum paciente”, disse Omar Aziz.

O presidente da CPI ainda relembrou o caso de uma grávida que aspirou cloroquina – um dos medicamentos defendidos por Mayra Pinheiro. Omar ainda ressaltou que, mesmo depois do lançamento do TrateCov, aplicativo do Ministério da Saúde defendendo o uso de cloroquina e tratamento precoce, Manaus entrou em colapso.

Ele relatou que a médica que receitou o tratamento estava inscrita no banco de dados de Mayra Pinheiro. “Nós não sabemos a evolução dos pacientes”, defendeu a secretária.

Minutos depois, Renan Calheiros questionou a secretária se ela ainda receitaria cloroquina para tratamento da covid-19, ela afirmou que usaria qualquer medicamento necessário para tratar a doença.