Manaus, 26 de abril de 2024
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Cenário

MP prorroga investigação de obra milionária na casa de Amazonino

A obra custou cerca de R$ 1 milhão pago à empresa MCW Construções, Comércio e Terraplanagem Ltda

MP prorroga investigação de obra milionária na casa de Amazonino

Foto: reprodução

Amazonas- O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) renovou o prazo do inquérito civil para apurar se o ex-governador Amazonino Mendes (Podemos) cometeu ato de improbidade administrativa na construção de um muro milionário no Tarumã, zona Oeste de Manaus.

A investigação foi aberta em fevereiro de 2019 pelo promotor Edgard Maia de Albuquerque.

Segundo o inquérito, a estrutura de 100 metros de extensão e cinco de altura foi construída na propriedade de Amazonino pela empresa MCW Construções, Comércio e Terraplanagem Ltda.

A obra custou a bagatela de R$ 1 milhão e pairam dúvidas se ela foi paga com dinheiro público, já que, na época, a construtora mantinha contratos com o governo estadual.

No despacho que prorroga as investigações, Albuquerque informa que, até agora, a empresa não enviou ao MP a documentação requisitada, embora conste no ofício-resposta que teria feito.

A portaria com a informação foi publicada no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público, na edição da quarta-feira (24). Confira abaixo:

Em consulta ao site da Receita Federal, o Portal Amazonas1 constatou que a MCW Construções de CNPJ 10.449.469/0001-66 tem sede em Manaus e pertence à Amanda Ruiz de Souza. A empresa está no mercado desde 2000 e possui capital social de R$ 3,5 milhões.

De acordo com informações do Portal da Transparência do governo, entre 2012 e 2013, a construtora recebeu quase R$ 30 milhões via Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) e Universidade Estadual do Amazonas (UEA). Já entre 2017 e 2018, a MCW teria embolsado mais de R$ 57 milhões só para realizar obras no interior.

Curiosamente, Amazonino Mendes foi governador do Amazonas entre 2017 e 2018, após vencer as eleições suplementares. Ele perdeu o pleito seguinte para o atual governador Wilson Lima (PSC). A reportagem não localizou a existência de contratos nessa gestão. 

MPF

A construção do muro de arrimo também levou o Ministério Público Federal (MPF) a investigar sob aspecto ambiental. Para o órgão, a obra na mansão do ex-governador foi construído “em área de preservação permanente do Rio Tarumã-Açu, próximo à foz no Rio Negro, atingindo diretamente rio federal.”

Na ocasião, Amazonino tratou de vir a público desmentir qualquer irregularidade e chamou o caso de “fake news”. Segundo ele, o muro era a continuidade de uma “coisa antiga” com “contrato assinado em cartório” e que tudo não passa de “maledicências”.

Off-line

Com o slogan de campanha #O Pai tá On, Amazonino tem aparecido pouco nas redes sociais. Sua última postagem foi feita no início deste ano, em São Paulo. Na época, ele disse que mesmo distante, acompanhava as notícias do Estado.

Leia mais: Refugiado em São Paulo, Amazonino lamenta crise no AM; veja vídeo

Em dezembro de 2020, circulou na internet que Amazonino estava internado em estado grave, em um hospital particular de São Paulo. A notícia foi desmentida pela assessoria do ex-candidato, que alegou repouso após derrota nas eleições municipais para o atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).