Manaus, 26 de abril de 2024
×
Manaus, 26 de abril de 2024

Cidades

Mulheres farão vigília em todos os julgamentos de feminicídio do ano

O fórum é composto por várias entidades que se agregaram para se ajudar, e para pôr fim à violência contra as mulheres em Manaus

Mulheres farão vigília em todos os julgamentos de feminicídio do ano

Mulheres fazem vigília em frente ao Fórum Ministro Henoch Reis (Foto: Márcio Silva)

Um grupo do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) realizou, nesta quarta-feira, 29, uma manifestação durante o primeiro julgamento de feminicídio do ano em Manaus. Segundo as integrantes do FPMM, o grupo pretende acompanhar todos os julgamentos desse tipo de violência contra a mulher, em  2020.

“Estamos aqui pedindo justiça pela Jerusa, que o sangue dela não tenha sido derramado em vão, e que o réu pegue pena máxima, além disso buscamos a agilização dos julgamentos de todos os feminicídios. A morosidade da justiça ajuda os homens a matarem as mulheres e acharem que não vai acontecer nada com eles”, disse Luzanira da Silva, 59, uma das integrantes do movimento.

O FPMM luta pelo fim da violência contra as mulheres (Foto: Márcio Silva)

Luzanira explicou que o FPMM é composto por várias entidades que se agregaram para se ajudar, e para pôr fim à violência contra as mulheres. Além disso, apesar do fórum ser municipal tem realizado ações no interior do Estado. “Quando uma mulher é assassinada, todas nós morremos um pouco”, acrescentou. 

As integrantes já se preparam para um outro julgamento, do cirurgião-dentista Milton César Freire da Silva, 38, suspeito de matar a esposa, a perita criminal Lorena Baptista, 37, em 2010. O julgamento vai acontecer na próxima quarta-feira, 5 de fevereiro. 

O Caso 

O grupo ficou de vigília em frente ao Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, na zona Centro-Sul de Manaus, acompanhando o segundo dia de julgamento do empresário Ivan Rodrigues das Chagas, 59, réu confesso pelo homicídio da esposa, Jerusa Helena Torres Nakamine, em 12 de abril de 2018. 

(Foto: Márcio Silva)

O julgamento foi presidido pela juíza de direto Eline Paixão. O conselho da sentença foi formado por três mulheres e quatro homens. 

Na manhã desta quarta-feira, a juíza Eline Paixão apresentou a denúncia do Ministério Público do Estado (MP-AM), em que consta que o réu matou com 18 facadas a esposa, enquanto ela dormia após ter sido medicada. Além disso, que o casal estava em processo de separação. 

Quando interrogado, Ivan definiu os fatos apresentados na denúncia como parciais pois, segundo ele, eles não estavam se separando, e não aconteceu “agressão” contra Jerusa. Ivan pediu perdão aos amigos e familiares da vítima e explicou os acontecimentos que antecederam o crime.

Segundo ele, o relacionamento com a esposa ficou complicado após ela descobrir um caso extraconjugal de oito anos que ele mantinha com uma mulher, de nome Silvana. A descoberta teria agravado a depressão de Jerusa e os desentendimentos entre o casal eram constantes. O crime teria acontecido por que a esposa pediu a separação mas Ivan não aceitou. 

“Estão me chamando de monstro, mas será que eu não fiz nada de bom para minha mulher? E as coisas que eu proporcionei para ela durante todos os anos?”, argumentou. 

 

Refuta a informação de feminicídio e diz que ele está sendo processado por homicídio