MANAUS, AM – O secretário municipal de Educação, Pauderney Avelino, acusou o empresário Cyro Batará Anunciação de extorsão e chantagem após a Prefeitura cancelar um contrato de R$ 19 milhões com ele. O chefe da Secretaria Municipal de Educação (Semed) deu a declaração em transmissão ao vivo na tarde desta terça-feira (27), em Manaus. Batará é um dos donos do Grupo Diário de Comunicação (GDC).
O secretário afirmou que as ameaças começaram em forma de recados intimidatórios. Ainda durante a transmissão, Avelino disse que, ao final da coletiva de imprensa, iria para a Delegacia Geral da Polícia Civil registrar um boletim de ocorrência contra Anunciação.
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De acordo com Pauderney, as ameaças começaram após a revogação de um contrato com a Amazonas Produtora Cinematográfica Ltda., de Batará. A produtora venceu uma licitação no final da gestão Arthur Neto, em 2020, para a construção do Centro de Mídias na Semed, no valor total de R$ 19 milhões.
Entretanto, quando David Almeida (Avante) assumiu a prefeitura, ele afirmou que iria rever todos os contratos do final da gestão Arthur Neto. Como consequência, o contrato com a empresa de Cyro Anunciação foi rescindido.
De acordo com Pauderney, o mesmo serviço é prestado pela Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc), sem custos para o erário municipal. A partir disso, as ameaças de Cyro Anunciação começaram.
Histórico de Cyro Anunciação
Não é a primeira vez que a empresa de Cyro Anunciação é envolvida em escândalos com serviços de comunicação. Em fevereiro de 2021, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) destinou um total de R$ 60 mil para duas empresas do Grupo Diário de Comunicação.
Ao todo, foram R$ 31 mil para a Editora Ana Cássia Ltda., e R$ 29 mil para a TV Diário, nome-fantasia da Amazonas Produtora Cinematográfica. No entanto, o vereador não conseguiu explicar o motivo da destinação, e preferiu atacar veículos de imprensa da tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas.
Outro contrato entre a ALEAM e a TV Diário está sendo alvo de investigação do Ministério Público do Amazonas (MP-AM). A ALEAM celebrou o contrato em 2018, com aditivos ainda em 2018, e em 2019 e 2020. O contrato foi celebrado no valor inicial de R$ 1,5 milhão. Com os aditivos, o contrato chegou a R$ 3,6 milhões de reais.
Posicionamento
Em nota, o Grupo Diário afirmou que a apuração sobre a conduta de Pauderney na Semed remete a uma suspeita de irregularidade levantada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Segundo a nota, a Semed teria tentado anular uma licitação que obedeceu a critérios legais. Além disso, também tramita uma ação de ressarcimento, de autoria do MP, cobrando a evolução de R$ 5,5 milhões por superfaturamento de revistas em quadrinhos.
O GDC ainda ressalta que o material divulgado pelos meios de comunicação do grupo não foi contestado por Avelino. Segundo o grupo, a ação da licitação foi impetrada pelo TCE, e a do ressarcimento, pelo próprio MP. Ainda segundo o grupo, os fatos noticiados servem para que a administração da Prefeitura “tome conhecimento do que ocorre em toda a sua estrutura”.
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