Manaus, 4 de maio de 2024
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Cenário

Pauderney perde UB e já arruma malas para deixar governo Wilson

Movimento político do ex-deputado federal para permanecer no comando do UB foi visto com reprovação por aliados do governador Wilson Lima.

Pauderney perde UB e já arruma malas para deixar governo Wilson

(Foto: Divulgação)

Manaus (AM) – Depois do péssimo desempenho nas urnas nas Eleições de 2018 e 2022, o ex-deputado federal Pauderney Avelino, do União Brasil (UB) sofreu uma nova derrota nesta quarta-feira (17). E calcula-se que o estrago pode ser ainda maior.

Isto porque fontes nos bastidores da política amazonense já antecipam a exoneração dele do comando da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti). O documento oficializando o desligamento pode ser publicado nesta quinta-feira (18) ou em uma edição especial ainda esta semana.

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Pauderney assumiu a pasta em janeiro de 2023. Apesar da experiência como deputado federal e também das passagens por outras secretarias, a conquista do cargo de secretário de Wilson Lima pareceu mais uma forma de “barganha” entre o prefeito David Almeida e o governador, o famoso “me ajuda que eu te ajudo” – que é muito comum na política baré.

Isso porque Pauderney era presidente do UB, partido ao qual Wilson Lima se filiou, em março de 2022, para disputar a reeleição em outubro do mesmo ano.

O UB foi criado em fevereiro de 2022 após a fusão de outros dois partidos: o Democratas e o PSL. Pauderney já era o presidente do Democratas no Amazonas.

Ele levou a melhor na queda de braços com o então deputado federal, Delegado Pablo, que era presidente regional do PSL.

Antes de assumir o cargo de secretário no governo de Wilson Lima, Pauderney era um dos nomes de confiança do prefeito de Manaus.

No Executivo municipal, Pauderney ocupava o cargo de secretário municipal de Educação. Além disso, era uma espécie de articulador do prefeito em viagens a Brasília para reuniões com o governo federal, por conta da vivência como deputado federal e ser conhecedor da dinâmica da rotina dos Ministérios e também do Congresso Nacional.

‘Pernada’

Há 21 dias, no dia 26 de abril deste ano, uma nova convenção para a escolha da presidência do partido foi realizada em Manaus, com Pauderney sendo reconduzido ao cargo. Com isso, ele estaria garantido no posto até abril de 2027.

Mas, a convenção foi vista por muitos dentro da sigla e no círculo de aliados do governador como uma “pernada” no chefe do Executivo estadual, que conseguiu unir o maior número de partidos em uma coligação de apoio a sua reeleição.

Irregularidades na convenção

No entanto, outros membros da sigla identificaram irregularidades na convenção e ingressaram com ações na Justiça. Nesta quarta, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) tornou inválida a convenção. Agora, uma nova convenção partidária deve ser preparada para a escolha da nova presidência.

A ação ingressada na Justiça leva a assinatura de cinco dos seis deputados estaduais eleitos pelo União Brasil para a 20ª Legislatura Estatual. São eles: Roberto Cidade, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam); Joanna Darc, George Lins, Adjuto Afonso e Mário César.

Também assinam o documento os dois deputados federais eleitos pelo Amazonas para a Câmara dos Deputados, Fausto Jr. e Saullo Vianna.

Entre as irregularidades apontadas pelos autores da ação, estão ausência de aviso com antecedência mínima de cinco dias da data de convocação para a convenção.

Os filiados ao UB também apontaram a ausência de algumas informações sobre o edital em um jornal de pequena circulação. Segundo o grupo, a publicação não apresentava informações mínimas sobre critérios para candidaturas e composição de chapa.

O pedido dos colegas de partido de Pauderney também aponta irregularidades quanto à escolha do local da convenção.

A decisão da Justiça pode ser consultada aqui.

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