Manaus, 18 de maio de 2024
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Cidades

Substituto de Zé Roberto, ‘Olho de Boneca’ é encontrado morto em cela

Preso em fevereiro de 2017, Fábio foi apontado como um dos líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN). Ele dominava o tráfico na zona Oeste

Substituto de Zé Roberto, ‘Olho de Boneca’ é encontrado morto em cela

Fabio Queiroz Ferreira, de 39 anos, conhecido como “Olho de Boneca”, foi encontrado morto dentro de uma cela, nesta segunda-feira,27, no Centro de Detenção Provisório Masculino 1 (CDPM1). A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) está investigando a morte.

‘Olho de Boneca’ preso em 2017 (Divulgação)

De acordo com a Seap, o corpo do detento foi encontrado por agentes penitenciários que o conduziriam para uma audiência no Fórum Ministro Henoch Reis. Ainda segundo a secretaria, indícios apontam que a causa da morte seja suicídio.

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‘Olho de Boneca’ era substituto de Zé Roberto

Preso em fevereiro de 2017, Fábio foi apontado como um dos líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN). Ele dominava o tráfico na zona Oeste desde a prisão de Luciano, filho de Zé Roberto, em setembro de 2016.

Na época da prisão, ele já possuía um andado em aberto e cumpria pena em regime domiciliar por tráfico, roubo e receptação. Fábio também foi detido em 2016, com armas e drogas no bairro São Jorge.

Ligação com massacre no Compaj

Informações preliminares apontam que o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), com 15 mortos, foi causada por uma racha entre os líderes da FDN, João Branco e ‘Zé Roberto da Compensa’. Zé Roberto teria se recusado a entregar o comando da FDN a João Branco, que decidiu romper com a facção e se aliar a rival Comando Vermelho (CV).

Um dia após o ocorrido, ‘Olho de Boneca’ e substituto de Zé Roberto foi encontrado morto dentro da cela. Até o momento, a polícia investiga a causa da morte e se teria ligação com o massacre no Compaj.

Código do crime violado

A briga que aconteceu na tarde de domingo, 26, nos pavilhões 3 e 4 do Compaj, no quilômetro 8 da BR-174, violou um “código do crime” entre membros de facções: o de não matar em horários de visitas de parentes e amigos, segundo informou o secretário de Administração Penitenciária (Seap), coronel Marcos Vinícius Almeida.

O atrito entre os presos, segundo a Seap, iniciou às 11h, mesmo com visitas de parentes. Os detentos foram mortos por asfixia (enforcamento) e golpes com estoques feitos por escovas de dente. O diretor da unidade acionou o grupo de intervenção penitenciária que contornou a situação em 40 minutos. 

No pavilhão 5, foram contabilizados 10 mortos, já no pavilhão 3, cinco mortos. A Seap informou que todas as vítimas cumpriam regime fechado no Compaj.