O ministro da Justiça, Sergio Moro, não aguentou mais uma ingerência em sua pasta e entregou o cargo ao presidente Jair Bolsonaro. A informação é da Folha Uol.
O estopim da demissão seria a exoneração do diretor da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, do cargo.
Bolsonaro estaria tentando, no momento, reverter a decisão de Moro.
O ministro foi avisado da troca no comando da PF em reunião no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, 23.
A mudança na PF está programada para a próxima semana.
Reunião tensa
O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse ao presidente Jair Bolsonaro que permanece no governo apenas se Maurício Valeixo continuar como diretor-geral da Polícia Federal.
Valeixo é indicação do próprio Moro.
Segundo pessoas próximas ao ministro, ele respondeu a Bolsonaro que, se a troca for efetivada, terá que deixar o governo.
Para Moro, a manutenção de Valeixo é essencial para garantir a autonomia da PF contra a interferência política.
Ministro enfraquecido
Esse é o ápice da crise da já tumultuada relação entre Bolsonaro e Moro, que, segundo integrantes do governo, está cada vez mais distante do núcleo duro que cerca o presidente.
A cúpula da PF já está em alerta sobre a nova ameaça.
Chegou ao comando do órgão a informação de que o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, ambos cotados para substituir Valeixo, tiveram conversas com Bolsonaro nas últimas semanas.
Críticas ao ministro
Durante a pandemia do coronavírus, o presidente mostrou, mais de uma vez, insatisfação com Moro por achar que ele não estava defende suas bandeiras, como o fim do isolamento social.
Crise recentes
Moro voltou para a frigideira de Bolsonaro no início deste ano, quando o presidente fez nova ameaça, de rachar o ministério da Justiça para alocar o ex-deputado Alberto Fraga, antigo amigo de bancada da bala, em pasta que cuidaria da Segurança Pública.
Maurício Valeixo é um nome de confiança de Moro na Polícia Federal.
O delegado foi superintendente da Polícia Federal no Paraná e coordenou a operação de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Foi também em sua gestão que foi fechada a delação de Antonio Palocci com a PF em Curitiba.
(*) Com informações da Forum, Folha Uol e O Globo
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