Advogada Amanda Pinheiro, Isabelle Nogueira e marqueteiro João Miras (Foto: Reprodução/ Redes sociais/Arquivo pessoal)
Manaus (AM) – Desde que a amazonense Isabelle Nogueira entrou para o reality show Big Brother Brasil, o “BBB24”, alguns parlamentares do Amazonas se aproveitaram da imagem da jovem para “aparecer” um pouco mais nas redes sociais – o que pode ser considerado violação de direito de imagem e, em alguns casos, também configurar oportunismo.
Recentemente, a deputada estadual Alessandra Campêlo (Podemos) usou, em seu perfil no Instagram, uma fala da dançarina e associou o conteúdo às suas atividades parlamentares. Mas o que a deputada fez pode ser considerada uma violação ao direito de imagem de Isabelle Nogueira?
Alessandra usou trechos em áudio e vídeo da participante para destacar o programa “Crédito Rosa” implantado pelo Governo do Estado do Amazonas, enquanto ela estava licenciada do mandato e atuava como secretária estadual da Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS). Isabelle, porém, não tem nada a ver com a ação social que Campêlo relembrou.
Assista:
No post, a parlamentar pode ter usado a imagem de Isabelle para apenas engajar a sua publicação. Atualmente, a deputada preside a Comissão da Mulher, da Família e da Pessoa Idosa, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e defende pautas como o combate à violência contra a mulher e outras relacionadas aos direitos humanos.
Mas nesta publicação, ela parece ter cometido uma violação aos direitos de imagem da amazonense, que também atua como cunhã-poranga do boi-bumbá vermelho e branco, conforme explicou a advogada Amanda Pinheiro ao Portal AM1.
“Qualquer post com foto ou fala de qualquer outra pessoa pode ser considerado uma violação ao direito de imagem. Por isso, a Isabelly deve ter assessoria comercial e jurídica para considerar se há ou não violação de sua imagem”, detalhou.
Amanda Pinheiro, advogada criminalista (Foto: Arquivo pessoal)
Procurada pelo Portal AM1, a equipe de Isabelle Nogueira foi questionada se estava ciente de que a parlamentar teria feito uso da imagem da dançarina de boi-bumbá atrelando às suas atividades políticas; e, se a resposta fosse negativa, qual seria o posicionamento da equipe.
Em resposta, informou que, no momento, “os direitos de imagem da Isabelle são diretamente tratados pela Rede Globo”. Além disso, destacou que a equipe não compactua com o uso da imagem de Isabelle para fins políticos ou eleitorais. “Isto posto, deixamos registrado os mais elevados votos de estima e consideração”.
Alessandra Campêlo foi questionada pelo Portal AM1 sobre usar a imagem de Nogueira em sua publicação e se ela teve consentimento da influencer ou de sua equipe, mas não houve retorno até o fechamento da matéria.
Opinião
João Miras, comunicólogo, especialista em comunicação de governos e possui mais de 30 anos de atuação na área (Foto: Arquivo pessoal)
Para o comunicólogo ítalo-brasileiro e especialista em comunicação de governos, João Miras*, a ação da deputada é uma questão mais jurídica do que de comunicação política.
Segundo ele, o Brasil tem uma necessidade de produzir “heróis populares”, no caso, os políticos ou outras personalidades, e isso apenas desvela um lado impiedoso do nosso subdesenvolvimento intelectual.
“No entanto, analisando o caso da deputada em pauta, creio que ele se encaixa muito bem em algumas das definições contidas em meu 2° livro, quando afirmo que: quase sempre os políticos brasileiros confundem senso de oportunidade com oportunismo. Este é um típico caso de oportunismo”, explicou o especialista em entrevista ao Portal AM1.
Ainda de acordo com Miras, “a esperteza é uma doença impregnada no ser político brasileiro… o que é lamentável”.
O marketeiro, que possui mais de 30 anos de atuação e é um dos pioneiros em Public Branded Content, neuromarketing e comunicação subliminar do Brasil, lembrou de uma citação em seu livro na qual afirma que “antigamente os políticos só pensavam em subir no palanque… hoje não conseguem descer do picadeiro”.
Assista à matéria:
(*) João também é Membro da AAPC (American association political consultant) e das maiores associações mundiais e no Brasil. Fonte para defesa de teses em várias universidades e citado em livros técnicos da área.
(**) Matéria atualizada em 19/01/24 para inserir videorreportagem.
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