Manaus, 16 de maio de 2024
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Manaus, 16 de maio de 2024

Cenário

Prazo para Federações se aproxima do fim e já mexe no tabuleiro político do AM

O quociente eleitoral para eleger um deputado federal ficará em torno de 240 mil votos

Prazo para Federações se aproxima do fim e já mexe no tabuleiro político do AM

MANAUS – Novidade nas eleições 2022, as federações partidárias já alteram o jogo político no Amazonas. O prazo para formalizar a união entre os partidos no Tribunal Regional Eleitoral (TSE) encerra no próximo dia 31, mas algumas das principais siglas já confirmaram federação. São elas: PT/PCdoB/PV com a federação “Brasil da Esperança”; PSDB/Cidadania e Psol/Rede Sustentabilidade.

Caso as uniões se concretizem, o cientista político Helson Ribeiro avalia o possível desempenho nas urnas, dos candidatos aos cargos majoritários. No caso da federação PSDB/ Cidadania, mesmo com nomes fortes como Amazonino Mendes (Cidadania) e Arthur Neto (PSDB), pré-candidatos ao governo do Amazonas e Senado, respectivamente, o especialista aponta dificuldades.

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“Eu não consigo ver grandes nomes com uma vasta votação para atingir facilmente o quociente eleitoral”, afirma Ribeiro. Porém, ele acrescenta que será “um bom palanque” para Amazonino. O quociente eleitoral a ser alcançado pelos partidos para vagas à Câmara dos Deputados ficará em torno de 240 mil votos.

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Foto: reprodução

No caso da federação “Brasil da Esperança”, o especialista aponta que há mais chances para atingir os números de votos que garantam uma vaga em Brasília.

“Eles vêm com dois candidatos que têm votos no mesmo nicho para ‘encabeçar’, um é o José Ricardo (PT), que foi o deputado mais votado na última eleição, e a outra é a ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB). Acredito que essa federação tem quociente eleitoral para fazer [eleger] pelo menos um”, disse.

Federação de esquerda

Ao Portal AM1, o deputado federal Zé Ricardo (PT) afirmou que a federação do PT com PCdoB e PV, a nível estadual, é para trabalhar e ter uma chapa completa. No caso do PT, por exemplo, o partido vai estar buscando eleger dois deputados estaduais e dois federais.

“O PT fechou federação com o PCdoB e PV, sendo uma federação nacional, o que portanto vale para o Amazonas e todos os estados. Nós temos esperança que com a federação, logicamente, possa ter um bom resultado na eleição, tanto estadual quanto federal”, disse.

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Foto: Divulgação / Câmara dos Deputados

O deputado afirmou que a intenção era também formar uma federação com o PSB, PSol e Rede, mas que não foi possível. Vale lembrar que os partidos estão formando outra federação para disputar as eleições. De acordo com Zé Ricardo, essas siglas estarão apoiando a candidatura do ex-presidente Lula (PT).

Como já vem destacando, o objetivo da federação é ampliar a bancada nas Casas Legislativas. Na Assembleia Legislativa do Amazonas, o intuito é eleger dois deputados, assim como na Câmara Federal, em que ele aponta que o segundo candidato eleito possa ser a ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB).

“A esperança é ter os três partidos juntos, com uma chapa completa, com candidaturas que vão estar nas ruas conversando com o povo”, afirmou.

Federação com desavenças

Antes mesmo de anunciar a pré-candidatura ao Governo, Amazonino Mendes (Cidadania) disputava a cadeira de pré-candidato com o senador Plínio Valério (PSDB). O plano do ex-governador era se filiar ao PSDB, mas acabou entrando para o Cidadania, onde lançou a pré-candidatura.

Foto: Reprodução

Com uma pré-candidatura em mente, o senador Plínio Valério também brigava para concorrer ao cargo, o que foi diminuído pelo ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), que tinha interesse pela candidatura de Amazonino. Sem o ex-governador no partido, o PSDB decidiu então formar uma federação com o Cidadania, escancarando a aliança entre Arthur e Amazonino.

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Um dos personagens da história que saiu prejudicado com a federação foi o senador Plínio Valério, que já estava sendo deixado de lado. Ao Portal AM1, o senador afirmou que a união entre os partidos tem dado problemas regionais.

“A federação foi feita entre as cúpulas, por exemplo, a bancada do Senado não foi ouvida”, disse. Ainda segundo o senador, a federação entre o PSDB e o Cidadania é perniciosa e vai continuar causando problemas.

Divulgação: Agência Senado

“No meu caso, como senador e como membro do PSDB, foi muito ruim”, completou. Ainda de acordo com o Plínio, a candidatura de Amazonino para o governo somente aconteceu porque ele se declarou como candidato.

“O Cidadania no Amazonas não tem nada a oferecer, precisou candidatar o Amazonino exatamente porque eu me declarei candidato no PSDB e estamos tendo esse problema”, disparou.

Quociente Eleitoral

Na eleição proporcional, é o partido que recebe as vagas, e não o candidato. No caso, o eleitor escolhe um dos concorrentes apresentado por um partido. Estarão eleitos os que tenham obtido votos em número igual ou superior a 10% do Quociente Eleitoral (QE), tantos quantos o respectivo Quociente Partidário (QP) indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido. 

O QE é determinado pela divisão da quantidade de votos válidos apurados pelo número de vagas a preencher. A partir daí, analisa-se o QP, que é o resultado do número de votos válidos obtidos pelo partido dividido pelo QE. O saldo da conta corresponde ao número de cadeiras a serem ocupadas.