Manaus (AM) – Em meio à estiagem e a seca que têm assolado o Amazonas, a Secretaria Municipal de Infraestrutura, sob o comando de Renato Júnior (Avante), conseguiu autorização do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para a retirada de 56 árvores da avenida Efigênio Salles.
No local, a Prefeitura de Manaus trabalha para a construção de uma passarela em frente ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) e o alargamento de um trecho da avenida no sentido bairro-centro. As obras foram anunciadas pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), em junho deste ano e já tiveram início.
Mas a ação de retirada das árvores não foi bem vista por todos os conselheiros da Corte. “Existe mesmo a necessidade de cortar essas árvores em plena a zona urbana de Manaus?”, questionou o conselheiro Josué Neto, corregedor-geral do TCE.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), realizada no ano de 2015, já mostrou que Manaus tem uma das menores coberturas florestais entre as capitais do país, mesmo estando localizada na maior floresta tropical do mundo.
A capital tem apenas 24% da sua área arborizada e conta com um dos climas mais quentes do país. A retirada dessas árvores pode ser vista como uma irresponsabilidade do poder público, principalmente agora, no período da estiagem e queimadas, quando o Índice de Qualidade do Ar (IQA) apontou a capital do Amazonas como a terceira cidade com a pior qualidade do ar do planeta, segundo o World Air Quality Index.
Episódio similar a esse ocorreu em 2012, na gestão do então prefeito Arthur Neto (sem partido), quando foram retiradas árvores centenárias no entorno do Teatro Amazonas. O que pode ser visto, em comparação com esses dois períodos (2012 e 2013), é que o problema em si não é o momento, mas a cultura de desmatamento alimentada ao longo dos anos pelos próprios gestores.
Quem deveria proteger a floresta acaba colocando o motosserra nas mãos. Mas a pergunta que não quer calar: se quem está no poder não sabe a resposta, imagina o pobre do eleitor?
A sensação é que nada é feito por esses órgãos de controle e fiscalização quando a ação de desmatamento parte dos agentes públicos. Manaus é definitivamente uma terra sem lei! O homem está se destruindo e as consequências já são visíveis.
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