Convocada em resposta à guerra interna no PSDB e com a intenção de indicar a posição do partido em uma negociação de aliança com o MDB e o Cidadania, a reunião ampliada da executiva nacional reforçou o movimento contra a postulação de João Doria, pré-candidato à Presidência pela sigla. Durante o encontro, realizado ontem (17) em Brasília, a maioria dos presentes defendeu a tese de candidatura própria, mas com outro nome que não o de Doria.
O ex-governador paulista foi convidado pela direção tucana para uma nova reunião no fim da manhã de hoje, na capital federal. Na prática, o encontro foi a forma adotada pelo comando do partido para pressionar Doria a desistir da disputa ao Palácio do Planalto. A legenda também decidiu dar continuidade às negociações com o MDB e o Cidadania para uma chapa presidencial única, mas sem definir uma posição na data de hoje – como estava previsto inicialmente.
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O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, expôs a resistência a Doria ao dizer que ele “foi convidado a ter um diálogo com o partido para uma reflexão coletiva”. “Temos o João Doria como candidato à Presidência. Compreendendo que as prévias se deram em um momento político e nós temos hoje o desenho de um outro momento político.”
A sugestão de ouvir Doria foi feita pelo deputado Aécio Neves (MG), que cobrou do pré-candidato “um gesto de grandeza”. “Sugeri que possa ser feito o mais rapidamente possível uma reunião para que o candidato João Doria ouça dos seu companheiros o que ouvimos aqui, que sua candidatura traz prejuízos ao partido em vários Estados”, afirmou. “Tenho a expectativa de que, em um gesto de desprendimento, de grandeza, o governador possa construir essa saída, que é o sentimento amplamente majoritário do PSDB.”
Por meio de aliados, Doria indicou que não vai comparecer. “Foi uma reunião formatada para constranger o João Doria e que não reflete o que a militância quer”, disse o tesoureiro do PSDB, César Gontijo, que foi o defensor do ex-governador paulista no encontro de ontem.
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