Foto: Reprodução
Manaus, AM – “Imagina o tempo que a Amazonas Energia vem metendo a mão no bolso do povo?!”, questionou o presidente da CPI da Energia, o deputado Sinésio Campos (PT), durante o discurso na tribuna na Assembleia Legislativa do Amazonas, nesta terça-feira (15). O deputado que comanda uma investigação sobre as ações da concessionária durante a pandemia usou o tempo de fala para destacar as provas já coletadas pela Comissão, além de ressaltar o desserviço da empresa.
Na última sexta-feira (11), o Instituto de Pesos e Medidas (IPEM/AM),órgão responsável pela fiscalização dos medidores de energia, apontou que os medidores da Amazonas Energia apresentaram o dobro na contagem de consumo elétrico impactando, dessa forma, o valor total da fatura paga pelo consumidor.
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“Desde o início da CPI, eu venho dizendo que essa empresa estava roubando as pessoas. É raposa vigiando o galinheiro”, destacou o deputado. Conforme explicou ao Portal Amazonas 1, no início do ano, foram 1.100 medidores investigados, sendo seis encontrados com irregularidades. Agora, em fevereiro, mais 260 foram levados para perícia, os quais 24 apresentaram problemas.
“Aqui é exatamente uma situação criminosa dessa empresa. Se encerrasse hoje, na CPI, tudo o que eu venho falando, o objetivo dela [CPI] era alertar a população. Essa empresa não é uma empresa seria”, afirmou. Na época em que as investigações foram iniciadas, o deputado Sinésio Campos chegou a ser alvo da Amazonas Energia, pois agentes levaram o medidor da residência dele sem autorização.
Na sessão plenária, Campos relembrou o caso e afirmou que “a empresa não respeita nem o presidente da CPI”. Para tentar se defender, o parlamentar realizou uma perícia no medidor, o que apontou que o objeto estava em perfeitas condições, deixando, mais uma vez, a concessionária enrolada nas investigações da CPI.
“Se meu medidor tá [sic] funcionando, por que vai mudar? Tentaram me intimidar, foram na minha casa e arrancaram, de forma irresponsável, meu medidor funcionando. Achavam que teria furto de energia ou coisa parecida”, disse.
Medidores irregulares
Depois do presidente do Instituto de Pesos e Medidas (IPEM/AM), Márcio Brito, apontar que os medidores da concessionária cobravam o dobro da fatura, a Amazonas Energia atacou o gestor e disse que as informações apresentadas por ele não são verídicas. Desta vez, foi a vez de o presidente da CPI rebater as afirmações feitas pela empresa.
Por meio de nota, a Amazonas Energia afirmou que a investigação nos medidores foi iniciada pelo Ipem, no entanto, ainda não há nenhum resultado final. A empresa ainda destacou que os medidores são homologados pelo instituto.
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“Conforme declaração na CPI, do presidente Márcio Brito, o Ipem já realizou, ao longo dos últimos anos, aferições em mais de 25 mil medidores convencionais, encontrando falhas em menos de 150 medidores, o que representa menos de 0,6% dos medidores verificados pelo IPEM-AM ao longo destes quase 3 anos, que foram devidamente tratadas junto ao consumidor, conforme prevê a regulamentação”, diz um trecho da nota.
Em entrevista para o Portal Amazonas 1, Sinésio Campos declarou que a empresa será convocada para prestar esclarecimentos na CPI, visto que ainda há outros desdobramentos. “Não é somente dizer que esses medidores que foram encontrados com a adulteração feita pela empresa, pelo cliente, que eles vão ressarcir essas famílias que foram lesadas […] isso não basta para nós, esses foram só os medidores periciados, e outros que não foram?”, disparou.
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O deputado ainda ressaltou que as investigações iniciadas pela CPI são apenas “a ponta do iceberg”, mesmo com a Amazonas Energia tentando se justificar de todas as formas. “Quanto mais a concessionária está indo à imprensa dizer que foram só seis medidores, de 260 aferidos, já aparecem mais 24. Quanto mais está sendo feita [sic] as perícias, mais está aparecendo e isso é somente a ponta do iceberg do quanto a empresa vem fazendo abuso, desrespeitando, usurpando e metendo a mão no bolso do povo do Amazonas”, disse.
Para a equipe de reportagem, o deputado ressaltou que a CPI está com os laudos e perícias realizados contra a campeã de reclamações no Procon e “contra fatos não há argumentos”. “Imagine se ficasse só a população reclamando do jeito que está?!”, comentou.
Próximos passos
A CPI vai percorrer por cada zona de Manaus para ouvir a população e apresentar algumas provas contra a empresa, além de ir até os municípios do Amazonas. O deputado Sinésio também afirmou que a Comissão vai receber a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a própria concessionária, entre outros órgãos, nas oitivas.
“Quem está fazendo gato, agora, não é a população, é a empresa!”, disse o deputado. As sessões da CPI Itinerante serão realizadas em cada canto da cidade para ouvir as reclamações da população, que sofre com o aumento de energia e com a troca de medidores sem autorização.
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‘’Essa vergonha de tirar 11 mil medidores como se fosse trocar Iphone 10 para o Iphone 13, sem a população ter oportunidade de discutir se queria ou não trocar os medidores’’, afirmou. O deputado ainda comentou que dos 260 medidores que foram periciados, já foram identificados 24 laudos de que a Amazonas Energia está roubando a população.
“Será se [sic] todos esses medidores estavam com problema? A empresa vai ter que entregar todos esses medidores ao Ipem, porque só assim estaremos com a garantia de que foram trocados os medidores com bom uso’’, afirmou.
Ao Portal Amazonas 1, o presidente da CPI afirmou que o mês de março será voltado para a realização da CPI Itinerante e, no final do mesmo mês, já no início da primeira semana de abril, as informações serão repassadas para o relator da Comissão, o deputado Carlinhos Bessa (PV).
“A carapuça de furtador de energia que estava com a população, hoje, a carapuça serve muito bem para a Amazonas Energia”, ressaltou.
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