Manaus, 19 de maio de 2024
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Manaus, 19 de maio de 2024

Política

Questionamentos fizeram ‘Governo Wilson Lima’ recuar 4 vezes este mês

Questionamentos fizeram ‘Governo Wilson Lima’ recuar 4 vezes este mês

Foto: Reprodução

Os questionamentos sobre medidas, publicações e discursos do governador Wilson Lima (PSC) e de seu vice, Carlos Almeida (PRTB), fizeram a administração que prometia o “novo” na política e “renovação” na gestão pública recuar pelo menos quatro vezes, em apenas 17 dias de mandato, à frente do Executivo.  

Carlos Almeida e Wilson Lima: uma gestão que vem gerando dúvidas (Secom)

Omissão  

A primeira contradição ocorreu, no dia 2 deste mês, quando Wilson informou, à imprensa, que havia irregularidades graves nas secretarias, inclusive, com suspeitas de superfaturamento e serviços feitos sem contratos.

Ele citou, entre os exemplos, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam), onde o Ministério Público Federal (MPF) desarticulou um esquema de desvios de mais de R$ 200 milhões, em recursos da União, na operação Maus Caminhos, em 2016, que ainda não foi finalizada.

Lima não cogitou, na ocasião, a possibilidade de convidar o MPF para acompanhar as primeiras medidas sobre as ilegalidades encontradas, deixando os procuradores da República em alerta, como apontou matéria do Portal Amazonas1, no dia 7 deste mês.

Dez dias depois, o vice de Wilson tenta corrigir, no Site Amazonas Atual, a descortesia e promete pedir apoio do MPF, em sua gestão. “(…) estamos chamando os representantes do Ministério Público para, na semana que vem, podermos ter ajuste de protocolo e acesso direto às informações aqui na própria secretaria. Queremos abrir as luzes de todos os órgãos de controle”, ponderou.

‘Soro importado’

Considerado um dos medicamentos mais baratos e fáceis de produzir, o soro glicosado foi apontado por Wilson Lima como a principal deficiência no estoque da Central de Medicamentos (Cema), no dia 10 deste mês, quando visitou o local. Ele informou que a quantidade do medicamento duraria só 5 dias, e o governo seria obrigado a comprar soro mais caro, fora do Estado.  

Após o Portal Amazonas1 e Agência Am1 destacarem o percentual de aumento de 350% sobre o valor do medicamento, o governador mudou o discurso, cinco dias depois, dizendo que o governo encontrou um fornecedor local para atender a demanda.

“Da feita que foi anunciada essa situação crítica do Estado, os fornecedores que tinham atas com o Estado do Amazonas acabaram informando que existia uma logística para fornecimento ao longo desta semana, que dispensaria a aquisição de forma aérea”, justificou, em release aos veículos de comunicação.

ZFM sem defesa

Na tentativa de mostrar empenho na defesa da Zona Franca de Manaus (ZFM), o governador do Amazonas mandou noticiar, na última quarta-feira, 16, a primeira reunião que teve com o ministro da Economia, Paulo Guedes, com uma matéria à imprensa destacando a “promessa” de proteção de Guedes ao Polo Industrial de Manaus (PIM).

Ocorre que o novo ministro da Economia é considerado por especialistas, um gestor extremamente liberal e, consequentemente, pode simbolizar um grande risco e obstáculo à manutenção dos incentivos sobre os produtos fabricados no PIM, como mostrou a Coluna Cenário.

Menos de 24 horas depois, quinta-feira, 17, o governador busca corrigir sua visão sobre Paulo Guedes e admite, em nota, que  “o governo do Amazonas terá um trabalho muito grande para defender os interesses da Zona Franca de Manaus”, e citou a política econômica do ministro liberal.

Assinou sem ler?

Visto por aliados e oposicionistas como o maior equívoco no primeiro mês de governo, até agora, a assinatura de Wilson Lima na nomeação da delegada Alessandra de Souza Braga, presa por proteger traficantes e acusada de comprar votos para Wilson, na eleição passada, abriu brechas para dúvidas.  

Procurada pelo Amazonas1,  a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) informou que o decreto de nomeação da delegada foi digitado errado, e seria republicado. No lugar de “nomeada”, era para estar descrito “exonerada.”

Apesar da explicação, a assinatura do governador no documento oficial indignou internautas, que questionaram Wilson Lima sobre sua conduta e zelo com a administração pública.